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Livro de Orlando Figes descreve com raro brilho a cultura da Rússia-União Soviética

el-baile-de-natacha-orlando-figes-12301-MLA20058607437_032014-FO inglês Orlando Figes é um dos maiores estudiosos da história russo-soviética. Seu livro “Sussurros”, sobre o stalinismo e a vida privada na União Soviética, é uma pesquisa exaustiva e muito bem escrita. “El Baile de Natacha — Uma Historia Cultural Rusa” (Edhasa, 828 páginas) é, num só volume, um dos melhores estudos sobre a cultura russa. Figes estuda detalhadamente a história da Rússia e reserva um belo e longo capítulo para discutir a cultura no período soviético. Boris Pasternak e Óssip Mandelstam ganham registros ímpares. No último capítulo discute a cultura russa no estrangeiro, abrindo espaço para Yevgeni Zamyatin (1884-1937) — cujo romance “Nós” é a base para o romance “1984”, de George Orwell — e Vladimir Nabokov, autor de “Lolita” e “Ada”, que, a despeito de escrever em inglês e de sua ocidentalização, permaneceu russo por toda a vida, inclusive na profunda admiração por Púchkin, Nikolai Gógol, Liev Tolstói, Tchekhov, Mikhail Liérmontov e Ivan Turguêniev. Curiosamente, Nabokov desprezava Dostoiévski como “grosso” e, portanto, autor do segundo time. Está passando da hora de alguma editora brasileira traduzir o livro de Figes, um erudito que escreve com o máximo de legibilidade, coisa típica dos estudiosos ingleses. Antony Beevor escreveu: “Um estudo maravilhoso, exaustivo, magnífico... uma delícia de leitura”. Difícil discordar. “Um desses livros que nos obrigam a perguntar: como pudemos viver sem ele até agora?”, escreveu Robin Buss, no “Independent on Sunday”. O título do livro tem a ver com o baile de Natacha Rostov no romance “Guerra e Paz”, de Liev Tolstói.

Livro garante que Nelson Rockefeller incentivou crescimento do Brasil

O brasileiro Antonio Pedro Tota põe nas livrarias patropis uma obra que deve fazer sucesso nos Estados Unidos: “O Amigo Americano — Nelson Rockefeller e o Brasil” (Companhia das Letras, 480 páginas). Liberal do Partido Republicano, Nelson Aldrich Rockefeller era integrante de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos, com negócios espalhados por vários países. Ele foi governador do Estado de Nova York, vice-presidente e tentou mas não conseguiu ser presidente do país. São facetas muito conhecidas e biografadas. O que Antonio Tota revela, segundo a editora, é o papel de Rockefeller como “propulsor do capitalismo brasileiro”. A Companhia das Letras informa que “Rockefeller aproximou-se do país quando se tornou chefe do Office of Inter-American Affairs, a agência para assuntos interamericanos dos Estados Unidos (a qual trouxe Orson Welles e Walt Disney para o Brasil, e mandou Carmen Miranda na via inversa), organismo que tinha por missão afastar o governo Vargas do nazifascismo e, uma vez vencida a Segunda Guerra, garantir que o Brasil permanecesse no bloco de influência norte-americano. Com afinco, ‘boas intenções’ e fortemente imbuído da ideologia de seu país e de sua classe, o político manifestou genuíno interesse pelo Brasil, e aqui se envolveu, inclusive como investidor direto, mecenas e empresário, nas mais diversas atividades, do cultivo da borracha ao planejamento urbanístico de São Paulo, do incentivo às artes à constituição de fundos de investimento que modernizaram o mercado de capitais local, sempre na tentativa de importar a eficiência e o American way of life como antídotos à expansão do comunismo”. O jornalista e historiador Jorge Caldeira afirma que o pesquisador brasileiro conseguiu produzir um perfil equilibrado, sem preconceitos ideológicos, do financista e, vá lá, desenvolvimentista americano.