Resultados do marcador: Pensando em 2018

Defesa irá aguardar até fevereiro para recorrer ao Supremo e garantir e garantir que procurador possa concorrer nas eleições do ano que vem
Macxuel Novais é ligado ao secretário de Governo, Samuel Almeida. Indicação tem a ver com 2018, aparentemente
O deputado federal Marcos Abrão, do PPS, permanece cotado para assumir uma secretaria do governo de Goiás.
Marcos Abrão, que é uma liderança emergente do PPS em Brasília — elogiado por seus pares pela dedicação à Câmara dos Deputados —, é um dos nomes cotados para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
A rigor, pelo fato de ser presidente do partido e por ter uma atuação tida como destacada em Brasília pela cúpula do PPS, prefere ficar na Câmara dos Deputados.

[caption id="attachment_68290" align="alignright" width="620"] Maguito Vilela e Victor Priori[/caption]
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), apesar dos desmentidos de alguns aliados, banca mesmo a candidatura de Victor Priori (DEM) para prefeito de Jataí. Motivo: pode ser candidato a governador em 2018, operando uma grande aliança política — ele gostaria de incluir até o PSDB —, e planeja contar com o apoio da estrutura política e, sobretudo, financeira do democrata.

[caption id="attachment_59754" align="alignright" width="620"] Sandes Júnior, Silvio Benedito e Pedro Canedo: vices em Goiânia, em Aparecida e em Anápolis? O primeiro é mais certo. O segundo e o terceiro são dúvidas. Cúpulas querem a aliança[/caption]
O senador Wilder Morais, presidente do PP em Goiás, só pensa em duas coisas na vida: dinheiro e reeleição. Dono da Construtora Orca, de vários imóveis — como shoppings, dezenas de lotes e apartamentos —, o empresário não tem problema com dinheiro. Na área financeira, sua vida está resolvida. É no campo da política que tenta “acertar-se”. Em Brasília, é apontado como um dos “darlings” do presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB. Porém, como aprendeu que só é forte na Corte quem é forte na província, o político goiano “grudou” no governador Marconi Perillo, do PSDB.
Na eleição para prefeito, seu projeto número um é manter-se unido ao tucano, bancando seus candidatos e exibindo lealdade em tempo integral. Em especial nas três principais cidades de Goiás — Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis —, o PP deve acoplar-se ao projeto tucano.
Em Goiânia, o deputado federal Sandes Júnior, a pedido de Wilder Morais, pode retirar sua candidatura a prefeito para ser vice do candidato do PSDB, Giuseppe Vecci. Sandes e Vecci são amigos e, em Brasília, são inseparáveis. Popular na capital, se for indicado para vice, servirá como contraponto ao discurso mais técnico do tucano. Mas há quem aposte que o vice do parlamentar será Luiz Bittencourt, do PTB.
Em Anápolis, Pedro Canedo, do PP, pode ser vice de Fernando Cunha Neto, do PSDB. Se tem mais estatura política do que Cunha Neto, o médico Pedro Canedo não tem um partido forte a bancá-lo.
Em Aparecida de Goiânia, o PP tem pré-candidato a prefeito. Trata-se do cartorário Tanner de Melo. Mas é provável que o coronel Silvio Benedito seja convidado a filiar-se ao PP para ser vice do candidato do PSDB — Alcides Ribeiro ou Ozair José. A mulher de Silvio Benedito, Iracema Borges (gerente da Caixa Econômica Federal do Setor Pedro Ludovico), é presidente do PSDB de Aparecida. Mas a cúpula tucana não quer chapa pura na cidade — o que tende a empurrar Silvio Benedito para o PP.
Nas demais cidades de Goiás, o PP, com Wilder apostando na sua aliança de 2018 — planeja ser candidato a senador, ao lado do governador Marconi Perillo (comenta-se que pode ser seu suplente) —, vai fazer o jogo do PSDB. Porém, onde o PSDB não tiver candidato, o PP vai procurar emplacar seus nomes. É o caso de Inhumas, onde o partido planeja emplacar o ex-prefeito Abelardo Vaz (que rejeita a incumbência, mas vai acabar sendo imposto pelo grupo do deputado Roberto Balestra). Em Rio Verde, cidade mais importante do Sudoeste goiano, o PP deve apostar todas as suas fichas na candidatura do deputado Lissauer Vieira.

[caption id="attachment_22924" align="aligncenter" width="620"] Foto: Wagnes Cabral[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), movimenta as peças do xadrez político com rara habilidade. Ao perceber que a oposição se recusa à renovação — tanto que Iris Rezende (PMDB) deve disputar a Prefeitura de Goiânia, com 83 anos, em 2016 —, o tucano-chefe está remontando e rejuvenescendo seu exército político-eleitoral. Há pouco tempo, trouxe para o seu lado o ex-presidente da OAB-Goiás Henrique Tibúrcio. Em 2014, convenceu um dos melhores quadros tucanos, o economista Giuseppe Vecci, a disputar eleição para deputado federal. Um pouco antes atraiu para sua base o melhor quadro forjado pelo PMDB nos últimos anos — o economista e deputado federal Thiago Peixoto, filiado ao PSD. Dos braços do senador Ronaldo Caiado, do DEM, arrancou o vice-governador, José Eliton. Outros jovens, como o deputado estadual Virmondes Cruvinel, circulam com o tucano, que, aos 52 anos, ainda é jovem.
Ao atrair José Eliton para o PSDB, retirando-o do PP — a filiação se dará em setembro —, o que, de fato, sugere (e planeja) Marconi Perillo? Várias coisas, algumas delas, possivelmente, ainda não devidamente racionalizadas, porque o futuro, como já disseram, nem a Deus pertence. Primeiro, o tucano quer manter o poder, em 2018, nas mãos do PSDB, considerando que a cúpula nacional prepara-se para exigir que sejam lançados candidatos a governador em todos os Estados, com o objetivo de, entre outras coisas, fortalecer o candidato a presidente da República e, ao mesmo tempo, contribuir para ampliar a base parlamentar em Brasília.
Segundo, com José Eliton filiado ao PSDB, não haverá questionamento à sua decisão de apoiá-lo para governador. Está incrustada na memória dos tucanos, com traços de aço, o que aconteceu em 2006, quando, ao assumir o governo, Alcides Rodrigues, então no PP, decidiu que seria candidato à reeleição e, aos poucos, afastou os tucanos do governo. Não se quer repetir a história com José Eliton, que deve assumir o governo no início de abril de 2018. Filiado ao PSDB, sua candidatura dependerá basicamente de uma decisão do tucano-chefe. Frise-se que Marconi Perillo confia em José Eliton e tem feito o máximo para valorizá-lo e, sobretudo, encorpá-lo em termos políticos e administrativos. A Secretaria de Desenvolvimento é, por assim dizer, um mini-governo. O objetivo do tucano-chefe é dotar o aliado de experiência em termos de gestão e, ao mesmo tempo, contribuir para que se relacione com políticos de todos os partidos.
Terceiro, com José Eliton no PSDB, Marconi Perillo ganha tranquilidade para suas articulações nacionais. O tucano-chefe, se puder, será candidato a presidente da República em 2018. Porém, sabe que existe uma fila, com duas figuras de proa na sua frente, o mineiro Aécio Neves e o paulista Geraldo Alckmin. Ainda assim, apostando que a vida reserva surpresas, está se colocando nacionalmente, se apresentando aos brasileiros. O mais certo, porém, é que dispute mandato de senador e se o presidente eleito for tucano tende a se tornar ministro, possivelmente das Cidades.

Sabe-se que mais uma bomba contra o senador Ronaldo Caiado (DEM) está prestes a ser detonada. A primeira foi o artigo devastador de Demóstenes Torres, que alcançou repercussão nacional. Em seguida, numa ação menos do ex-senador e mais de um senador poderoso, vasculhou-se a equipe do líder do DEM. Documentos do Senado foram entregues, organizados, nas mãos de um repórter da “Folha de S. Paulo”. Curiosamente, para não ficar muito explícito, o repórter não é da sucursal de Brasília, e sim do Rio de Janeiro.