Resultados do marcador: Difícil mas não impossível?
O ex-presidente da Câmara Municipal de Goiânia Marcelo Augusto, do PHS, sugere que, se for candidato a governador de Goiás em 2018, o prefeito Iris Rezende pode unir o DEM de Ronaldo Caiado com o PMDB de Maguito Vilela e Daniel Vilela.

A cola que une sua ampla base política — com sete grupos que não se entendem — é exatamente o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Porém, como o tucano-chefe não disputa o governo em 2018, os grupos estão alvoraçados, prometendo voos solos. Separadamente, os grupos podem ser tornar presas fáceis para a oposição. Unidos, são fortes e ganharam cinco eleições seguidas para governador.
1 — O grupo do deputado federal Jovair Arantes, do PTB, saiu forte das eleições de 2016. Elegeu prefeitos de cidades importantes, como Águas Lindas e Itumbiara, e fincou um pé em Anápolis, com Roberto Naves. Se for eleito presidente da Câmara dos Deputados, cacifa-se para o Senado.
2 — O grupo da senadora Lúcia Vânia controla dois partidos, o PSB e o PPS (dirigido pelo deputado federal Marcos Abrão). Antes era integrante do grupo de Marconi Perillo, agora é líder de um grupo forte. Elegeu os prefeitos de Nova Veneza e Cristalina, entre outros. Objetivo: eleger Lúcia Vânia para o Senado. Dependendo do quadro, pode disputar até o governo.
3 — O grupo do vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, do PSDB, está em expansão e tende a crescer a partir do fim de 2017. Ele vai assumir o governo em abril de 2018. Participam do grupo o deputado Giuseppe Vecci, os conselheiros do TCE Kennedy Trindade e Helder Valin, Jardel Sebba, Tião Caroço, entre outros. Objetivo número um: disputar o governo. Ambição: reunir toda a base. Articula com eficiência.
4 — O grupo de Vilmar Rocha e Thiago Peixoto, incluindo Francisco Júnior, dirige o PSD. Saiu fortalecido do pleito de 2016, pois elegeu mais de 20 prefeitos — um deles Cristovam Tormin, de Luziânia. Pleiteia duas coisas para obter uma: Vilmar Rocha para senador ou Thiago Peixoto para vice de José Eliton.
5 — Magda Mofatto, do PR, montou uma grande estrutura no Estado, independentemente de resultado eleitoral. Entre seus aliados estão os deputados Cláudio Meirelles e Waldir Soares. Só tem um objetivo: a disputa do Senado.
6 — O senador Wilder Morais, do PP, enfrenta problemas. O deputado federal Roberto Balestra e o prefeito eleito de Inhumas, Abelardo Vaz, não o apoiam. Tem duas metas: ser candidato à reeleição ou, se não der, ser suplente de Marconi Perillo.
7 — O grupo do deputado federal João Campos, do PRB, inclui vereadores em Goiânia e o apoio da Igreja Universal e da Assembleia de Deus. Quer ser senador.

[caption id="attachment_65451" align="alignright" width="620"] Jardel e o governador Marconi Perillo | Foto: Eduardo Ferreira[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo, desembarca em Catalão na quinta-feira, 15.
O tucano-chefe vai participar de concentração pública da campanha do prefeito Jardel Sebba. Ele acompanha com lupa a campanha eleitoral do tucano de Catalão, que ele considera como um de seus melhores amigos.
Em Catalão, Adib Elias lidera, mas a frente vem caindo de maneira acentuada. Uma vira, embora difícil, não é considerada impossível.
[caption id="attachment_67498" align="alignright" width="620"] Governador Marconi Perillo e prefeito Maguito Vilela | Foto: Humberto Silva[/caption]
Há quem aposte que em 2018 se terá um novo cenário político em Goiás, sobretudo se Iris Rezende não for candidato a prefeito e, principalmente, se for derrotado. Se for eleito, fica forte e tende a bancar Ronaldo Caiado para governador. Mesmo se o senador não sair do DEM; o peemedebista acredita que pode convencê-lo a se filiar ao PMDB, porque o DEM praticamente inexiste em Goiás.
Porém, se Iris Rezende estiver fora do páreo, o cenário pode ser outro. O grupo de Maguito Vilela não tem ranços pessoais em relação ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Por isso, não será nada surpreendente se PSDB e PMDB marcharem unidos em 2018, com um dos partidos indicando o candidato a governador e o outro, o vice. Unidos, certamente, enfrentarão Ronaldo Caiado, do DEM.

[caption id="attachment_48764" align="alignleft" width="620"] Vilmar Rocha e João Gomes: no PSD, avalia o secretário, o prefeito de Anápolis não será julgado pelos graves equívocos nacionais do PT[/caption]
O secretário das Cidades e Meio Ambiente do governo de Goiás, ex-deputado federal Vilmar Rocha, disse ao Jornal Opção na sexta-feira, 16, que o prefeito de Anápolis, João Gomes, do PT, será bem recebido no PSD.
Vilmar Rocha frisa que, em Anápolis, o PSD pode coligar-se, na eleição de 2016, tanto com o PT de João Gomes quanto com o PSDB de Alexandre Baldy. “O PSD está na base da presidente Dilma Rousseff em Brasília e na base do PSDB do governador Marconi Perillo em Goiás. Por isso as duas alianças são justificáveis.”
“Fica-se com a impressão de que o empresário João Gomes não é um quadro orgânico tradicional do PT. Não sei se procede, mas comenta-se no meio político que suas relações com o ex-prefeito Antônio Gomide estariam desgastadas. Por isso a hipótese de troca de partido — do PT para o PSD. A mudança partidária pode ser feita em março e insisto que o PSD está ‘aberto’ para conversar com o gestor anapolino. Esclareço, porém, que não conversei a respeito com ele. O que estou dizendo é que será bem acolhido por nosso partido”, afirma Vilmar Rocha. “Sem o desgaste do PT, que tende a contaminar todos os candidatos do partido no país, João Gomes evidentemente teria mais chances de ser reeleito.”
O quadro de Anápolis, na avaliação de Vilmar Rocha, é o mais “aberto” possível. “Fala-se que o favorito é o deputado estadual Carlos Antônio, do Solidariedade. Mas ainda é cedo para se mencionar ‘favoritos’. Há políticos que são muito bons de ‘largada’, como Iris Rezende, mas não são bons de ‘chegada’. Não estou comentando especificamente o caso de Carlos Antônio, e sim de um aspecto da política: os que saem em primeiro às vezes não são aqueles que são eleitos.”
João Gomes nunca disse, ao menos publicamente, que vai deixar o PT. Mas, de fato, mantém relação estreita, em termos administrativos e laços de amizade, com o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Os dois estão juntos na Alemanha, terra de Goethe.