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Segundo ela, o ex-presidente depende de cuidados médicos constantes e de uma rotina rigorosa com medicamentos
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta quinta-feira (11), o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por envolvimento em um plano para dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Além da prisão, Bolsonaro foi condenado a 124 dias-multa, com cada dia estipulado no valor de dois salários mínimos. Inicialmente, o relator Alexandre de Moraes havia sugerido o equivalente a um salário mínimo por dia, mas o valor foi elevado após sugestão do ministro Flávio Dino, que destacou o alto poder aquisitivo do ex-presidente.
No voto, Moraes considerou a liderança de uma organização criminosa como fator de agravamento e aplicou atenuantes em todos os crimes devido à idade avançada de Bolsonaro. Ele foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Já Luiz Fux, que havia votado pela absolvição, optou por não participar da definição da pena.
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O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que irá conversar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para negociar um projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração ocorre após Bolsonaro ser condenado pela Primeira Turma da Corte.
Valdemar afirmou, ao GLOBO, que já contava com o revés no STF e que determinou que o secretário-geral do partido, o senador Rogério Marinho (RN), assuma a articulação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pelo tema.
"Vamos ter que partir para a anistia, não há opção que não englobe colocar o Bolsonaro nesse projeto. Já sabíamos que o Bolsonaro estava condenado de antemão, eles (ministros do Supremo) não querem o Bolsonaro. O problema é o governo junto com o Supremo: isso gera uma força muito grande. Nosso foco agora é negociar a anistia no Senado, articular com Alcolumbre", disse.
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O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também reforçou a ideia. “Deixa o Bolsonaro ir para a urna, qual o problema? Ele é o nosso candidato”
O evento terá a participação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL)
O Brasil se prepara para celebrar o seu 203º aniversário de Independência não com união, mas com um cisma político. No coração de Brasília, um aparato de segurança monumental, envolvendo 4.500 militares e um rigoroso sistema de vigilância com drones e 1.300 câmeras, será implementado não para conter uma ameaça externa, mas para mediar a guerra fratricida entre brasileiros.
Este 7 de Setembro, data que deveria simbolizar a soberania e a identidade nacional, será marcado por uma disputa entre partidos, que cooptam o simbolismo pátrio para seus embates ideológicos, revelando como a nação se perdeu em suas próprias divisões.
A origem desta crise remonta a uma estratégia da direita bolsonarista. Com Jair Bolsonaro em prisão domiciliar, aliados do ex-presidente, principalmente do PL, orquestraram um plano logístico para maximizar a presença em manifestações pelo país.
A tática envolve concentrar atos em capitais como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília pela manhã, permitindo que lideranças viajem para o evento principal na Avenida Paulista, à tarde, considerado o epicentro dos protestos. Paralelamente, articularam a presença de Michelle Bolsonaro como a principal atração do ato em São Paulo, uma tentativa de galvanizar a base na ausência de seu principal líder.
Em resposta direta, partidos de esquerda e apoiadores do presidente Lula também convocaram suas próprias manifestações para a mesma data. A estratégia petista, por sua vez, busca reivindicar os símbolos nacionais, utilizando o slogan “Brasil soberano” e a bandeira verde e amarela, para defender uma agenda de resistência às pressões internacionais, notadamente do governo Trump, e apoiar as instituições democráticas.
Consequentemente, o que está sendo preparado não é uma celebração, mas um campo de batalha. De um lado, os bolsonaristas marcharão para criticar as investigações judiciais contra Bolsonaro, apoiar a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) como Alexandre de Moraes, e vocalizar seu alinhamento com a política externa de Donald Trump. Do outro, os petistas sairão às ruas para defender a soberania nacional contra o que veem como interferência norte-americana e para apoiar o governo atual e o Judiciário.
Este antagonismo transforma a data mais simbólica do calendário cívico brasileiro em um lugar de antagonismos partidários, perdendo completamente seu significado universal. O 7 de Setembro não pertence a um partido, a um presidente ou a uma ideologia; pertence a todos os brasileiros.
A data que deveria ser um ponto de união tornou-se o ápice de uma disputa que enfraquece a democracia e aliena o cidadão comum, que vê a política não como um meio de melhorar o país, mas como um fim em si mesma, um jogo de poder onde a pátria é apenas um prêmio a ser conquistado.
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