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[caption id="attachment_9687" align="alignleft" width="300"] Sandoval Cardoso: vai gastar pouco? / Foto:Ascom[/caption]
Candidatos de oposição acusam o candidato governista Sandoval Cardoso (SD) de subestimar os gastos de campanha. Lembram que uma campanha cuja festa da convenção ficou em mais de R$ 3 milhões não pode gastar só R$ 35 milhões como foi declarado. Quem fala tem noção exata de quanto custa a cooptação de um partido para somar tempo de televisão. Infelizmente esse tipo de gasto não pode ser computado.
Os dois dirigentes peemedebistas destituídos dos cargos pela direção nacional, Júnior Coimbra e José Augusto Pugliesi, conquistaram o direito de disputar as eleições, mas a um custo alto. Retirar todas as ações que vinham movendo contra o partido depois da intervenção da executiva nacional. Os deputados reconquistaram seus direitos políticos depois de perder ação na justiça de Brasília e ficar no mato sem cachorro, como dizem por aqui. A senadora Kátia Abreu, a principal vítima do plano dos ex-dirigentes de entregar a legenda ao governo, explica as condições da volta dos dois. “Nós ganhamos a liminar na Justiça em Brasília contra a nossa intervenção e a nossa convenção e mesmo ganhando na justiça abrimos as portas para que pudessem ser candidatos, mas não quer dizer que nós os queremos em nosso palanque. Sofremos muita dificuldade, muito sofrimento, muitos ataques, muitas injustiças e até hoje não conseguimos compreender os motivos”, disse a senadora ao falar sobre a decisão do partido em garantir o registro da candidatura de Coimbra e Pugliesi.
[caption id="attachment_9681" align="alignleft" width="300"] Siqueira: ainda mandando / Foto: Koró Rocha[/caption]
O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) pediu ao governador Sandoval Cardoso (SD) a troca dos suplentes do candidato ao Senado Eduardo Gomes (SD). Sai o vice-governador Tom Lyra (PR) e entra o também empresário João Stival (PR). Tom Lyra passou para a segunda suplência. Há quem diga que Siqueira queria mesmo era a indicação do seu nome, o que ainda pode acontecer. O que releva que os Siqueira continuam mandando.
[caption id="attachment_9679" align="alignleft" width="620"] Eduardo Siqueira Campos: o eleitor pode não concordar com manobra / Foto: Benhur de Souza[/caption]
Ao desistir de se candidatar ao governo do Estado por absoluta falta de condições políticas, o ex-senador Eduardo Siqueira Campos mandou espalhar a ideia que estava refluindo para voltar mais forte. A ideia, segundo aliados, é se eleger deputado estadual e dois anos depois, se eleger governador indireto repetindo a estratégia que elegeu Sandoval Cardoso. A notícia se espalhou rapidamente por todo o Estado, só que fez efeito contrário. Mesmo os eleitores simpáticos ao governo dizem que se Sandoval for eleito, dentro de dois anos haverá uma nova eleição, levando para o governo alguém que não consegue vencer uma eleição direta, no caso Eduardo Siqueira. É o que se pode chamar de tiro pela culatra.
A lista de filhinhos de papai que estão disputando estas eleições inclui ainda João Ribeiro Filho, o JR, herdeiro do espólio político do senador João Ribeiro. JR é candidato a deputado federal pelo PR.
Pela primeira vez depois da criação do Tocantins o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) não participa diretamente de uma eleição quer como candidato ou como cabo eleitoral de peso. Talvez este fato esteja afetando o humor do velho líder, que segundo observadores já não cumprimenta mais populares nos poucos eventos públicos em que comparece.
Dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) revelam que as eleições no Tocantins terão 341 candidatos, sendo 5 candidatos a governador do Estado, 5 a vice, 5 a senador, 52 a deputado federal e 274 a deputado estadual. Ao todo 30 partidos estão envolvidos na disputa, que tem previsão de gasto de R$ 100 milhões.
O defensor público e ex-vereador de Gurupi Kita Maciel (PMDB) revela que uma das principais propostas de campanha será aprovação da eleição direta para diretores de escola. Ele conta que conseguiu implantar projeto neste sentido em Gurupi e que representou um grande avanço para educação do município. Kita Maciel que tem o apoio declarado da deputada Josi Nunes (PMDB) e integra a lista dos prováveis novos deputados.
As chapas majoritária e proporcional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) são formada por seis pessoas. Além do candidato a governador, Carlos Pontengi, da vice Ivanilde Gomes Ferreira e da candidata ao Senado, Maria da Conceição Silva, o partido conta com mais um candidato a deputado federal e dois a deputado estadual. Como se dizia antigamente, a militância do Partidão cabe num fusca.
[caption id="attachment_9670" align="alignleft" width="620"] Senadora Kátia Abreu derrubou artimanha do velho siqueirismo / Foto: Luiz Alves/Agência Senado[/caption]
Analistas políticos dizem que o PMDB do Tocantins já tinha sido cooptado pelo governo e fazia parte da estratégia do ex-governador Siqueira Campos para fazer o seu filho sucessor. Observam que o plano começou a falhar quando a senadora Kátia Abreu abandonou o governo e se filiou ao partido com o aval da presidente Dilma Rousseff. O plano era simples: eliminar a candidatura do ex-governador Marcelo Miranda no nascedouro, no âmbito interno do partido e atribuir isso as divergências internas da legenda. Agora é possível entender porque o deputado Júnior Coimbra ficou tão furioso com a filiação da senadora. É curioso observar que enquanto o passe da líder ruralista era disputado por outros partidos, o presidente do PMDB do Tocantins a recusava.

[caption id="attachment_9060" align="alignleft" width="620"] Reeleição da senadora ruralista vai contar com apoio do PT do Tocantins | Pablo Valadares/Agência Senado[/caption]
Finalmente os petistas do Tocantins se curvam à competência política da senadora Kátia Abreu (PMDB), reconhecem a contribuição da líder ruralista ao governo Dilma e decidem abraçar a sua candidatura à reeleição, sem constrangimento nem ressentimentos do passado.
Dos mais de 20 nomes que participaram da pré-campanha, apenas cinco ficaram na disputa pelo Palácio Araguaia. Analistas preveem que será uma das eleições mais disputadas do Estado, que pode ser decidida no segundo turno. A terceira via está presente e ao que tudo indica desta vez não tem “laranja” concorrendo, pelo menos é o que se conclui pelo perfil dos candidatos.
Outro que sai com cara de derrotado desta fase da campanha é o pré-candidato do PT ao governo do Estado Paulo Mourão, que trabalhou arduamente pela união das oposições e foi esquecido quando a união foi selada. A vaga de suplente da senadora Kátia Abreu hoje ocupada por Donizeti Nogueira não tinha melhor indicado que o ex-prefeito e ex-deputado. Pelo que conseguimos apurar Mourão parece ter sido atropelado. Sua presença na campanha é indispensável.
O deputado José Bonifácio (PR) não tem pressa de decidir quem ele pretende apoiar nestas eleições. Tem respeito e admiração pelo ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) e a senadora Kátia Abreu (PMDB), mas não tem nenhuma resistência ao governador Sandoval Cardoso (SD). Diz que vai consultar as bases para tomar a decisão.
Informações de bastidores dão conta de uma verdadeira guerra na base governista com a rebeldia de candidatos que se sentiram prejudicados com o chapão que privilegia os candidatos com mandato. A estratégia política de Eduardo Siqueira sempre causa mais danos que resultados. Assim foi na campanha, foi no governo e agora está sendo na sucessão. Eduardo além de não inspirar confiança, não agrega e tem telhado de vidro. Pela posição que ocupou na campanha do pai, de tesoureiro e de homem forte do governo, seu nome termina de uma forma ou de outra, ligado ao desgaste do governo.