Resultados do marcador: Ampliando a aliança
O deputado estadual José Nelto, porta-voz informal do pré-candidato do PMDB a governador de Goiás em 2018, Daniel Vilela, disse ao Jornal Opção que vai conversar, nesta semana, com a senadora Lúcia Vânia (PSB). “Ao nosso lado, será bem tratada. Se quiser ser candidata a senadora, será — e sem nenhum empecilho. O que a cúpula do PSDB está fazendo com a presidente do PSB, uma política responsável e que sempre trouxe milhões de reais em recursos para Goiás, não se faz nem com inimigos. É inadmissível ignorar e esquecer o que ela fez e trocá-la por um chegante endinheirado.”
Há quem aposte que Lúcia Vânia está mais interessada numa aliança com Ronaldo Caiado. Motivo: o senador não tem estrutura, mas tem mais densidade eleitoral.

[caption id="attachment_33517" align="aligncenter" width="620"] Marconi e Vanderlan: Aliança está sendo costurada | Fotos: Wagnas Cabral / Facebook[/caption]
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o empresário Vanderlan Cardoso (PSB) se encontrarem para uma conversa política na residência do empresário José Carlos (do atacadista J. C.), no condomínio Jardins, em Goiânia, na segunda-feira, 13. José Carlos é um amigo comum.
Também participou do jantar o empresário José Augusto, cartorário e dono do Augustu’s Hotel. No cardápio, sobretudo política, além de uma esperta bisteca de carneiro. Vanderlan tomou menos vinho, devido a problemas com ácido úrico, e, de sobremesa, comeu um doce de nome francês (do qual não se lembra o nome). Na hora da conversa política, ficaram só os dois, sem testemunhas.
O encontro entre Marconi e Vanderlan não teve como objetivo imediato uma busca de apoio para a disputa da Prefeitura de Goiânia, em 2016. “Até porque está cedo. Ninguém vai ‘fechar’ acordos políticos a mais de um ano das eleições. A nossa conversa foi útil para aparar ‘arestas’. Foi uma conversa política amistosa e sem paixão e rancores”, sublinha Vanderlan. “Marconi estava tranquilo, desarmado.”
Sobre 2016, Vanderlan e Marconi falaram sobre “caminhar juntos”. “O governador disse que seria mais fácil um apoio político se eu fosse filiado ao PSDB. Porém, fiz um compromisso com a senadora Lúcia Vânia, que vai se filiar ao partido que dirijo, e, portanto, não vou deixar o PSB.”
Vanderlan diz que entenderá se Marconi não apoiá-lo para prefeito. “É difícil para o governador apoiar um candidato que o enfrentou duas vezes nas últimas eleições. Marconi me disse, com franqueza, que tem compromissos com outros políticos, como Jayme Rincón, que o apoiam há algum tempo.”
A conversa, na opinião de Vanderlan, “foi muito boa. Uma espécie de glasnost, um passo importante. Quero dialogar com várias forças políticas, pois não tenho a intenção de disputar mais nenhuma eleição sozinho, sem uma aliança ampla”.
O sr. aposta que Iris Rezende será candidato a prefeito de Goiânia? “Talvez. Frederico Peixoto, dono da construtora FGR e genro de Iris Rezende [é casado com a advogada Ana Paula], e eu temos negócios no Pará. Ele está organizando um condomínio Jardins em Marituba, perto de Belém. Recentemente, peguei um carona com o empresário e ouvi que a família prefere que Iris não seja candidato a prefeito de Goiânia.
Porém, sugeriu que, para que Iris saia do páreo, o partido precisa ter outro nome competitivo.” No momento, não tem. Pesquisas de intenção de voto, ainda que extemporâneas, mostram o peemedebista-chefe em primeiro lugar. Mas com Vanderlan Cardoso na sua cola, seguido do delegado-deputado Waldir Soares (PSDB).
Uma possível candidatura de Iris não preocupa Vanderlan. “Na política, não se pode escolher adversários. Com uma candidatura ‘encorpada’, com aliados sólidos, posso derrotá-lo. Mas evidentemente que sei que se trata de um nome forte em Goiânia.”

[caption id="attachment_2178" align="alignright" width="300"] Foto: Jornal Opção Online/Fernando Leite[/caption]
Perguntado por um peemedebista se vai com chapa pura para a disputa do governo de Goiás, Iris Rezende disse que fará o impossível para conquistar pelo menos um aliado político de peso para a chapa majoritária. O líder do PMDB quer incorporar Antônio Gomide (PT), Vanderlan Cardoso (PSB) ou Ronaldo Caiado (DEM). Acredita que o menos difícil é Caiado. O DEM nacional quer o deputado na chapa do governador Marconi Perillo, mas há resistência ao seu nome.
Nas conversas com aliados, Iris tem confidenciado que Gomide está determinado a ser candidato a governador e admite que o PT nacional não deve pressioná-lo para retirar a candidatura. Vanderlan também quer disputar o governo e dificilmente abre mão da cabeça de chapa. Porém, numa única hipótese comporia com o peemedebista: se este apoiar Eduardo Campos (PSB) para presidente da República. Aí Vanderlan não teria como não aceitar ser o vice do peemedebista. A chapa ficaria forte Iris e Vanderlan são da Grande Goiânia, região que reúne o maior eleitorado do Estado.
O DEM (nacional e local) força a barra para que Caiado participe da chapa do governador Marconi, como candidato a senador. O presidenciável do PSDB, Aécio Neves, veio a Goiás única e exclusivamente para conversar com o tucano-chefe sobre o assunto. Mas nada ficou definido. Não que Marconi rejeite Caiado, apesar do contencioso histórico entre ambos, mas o governador gostaria de ouvir, publicamente, uma sinalização em defesa de sua candidatura por parte do deputado, que, até agora, não fez nenhuma manifestação. Por enquanto, a chapa governista é Marconi para o governo, José Eliton (inimigo figadal de Caiado), do PP, para vice e Vilmar Rocha, do PSD, para o Senado. A chapa alternativa, tida como mais forte eleitoralmente, inclui Marconi para o governo, Vilmar para vice e Caiado para o Senado. No entanto, como a articulação está demorando, é possível que Iris, e não Marconi, leve o passe de Caiado.
Se fechar com Caiado, o PMDB irá para a disputa possivelmente com a seguinte chapa: Iris para o governo, Samuel Belchior (PMDB) na vice e Senado para o Senado.