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Gravador é céu e inferno para o repórter. É preciso observar e usar mais o cérebro

[caption id="attachment_57068" align="alignright" width="620"]Reprodução Reprodução[/caption] O gravador é útil, mas também é uma praga. Por isso recomendo aos repórteres que o usem apenas se estiverem preparando reportagens investigativas, que envolvam denúncias e é preciso “comprometer” as fontes. As gravações têm o hábito de tornar as fontes mais ponderadas, verdadeiras e, às vezes, menos dadas a ficcionalizar os fatos. Porém, para reportagens mais leves, o gravador atrapalha (e até intimida) e seu uso frequente e abusivo impede, por vezes, o repórter de observar o entrevistado, de verificar as expressões faciais ao comentar um fato, a registrar o ambiente. O gravador mais distancia do que aproxima entrevistado e entrevistador. O resultado é que algumas reportagens são meras transcrições do que o jornalista gravou. Quase uma datilografia de relativo luxo. Por vezes, o repórter não elimina sequer os vícios da linguagem oral. Sugiro, portanto, menos gravador e mais observação. Os olhos do repórter e sua memória (é preciso treiná-la, mesmo sob o domínio do mundo digital; o cérebro ainda é o mais poderoso computador de um indivíduo) são “gravadores” excepcionais.