Andre Tomazetti

A partir de 2025, as novas gestões municipais enfrentarão desafios críticos como ampliar redes de saúde e educação, desburocratizar e promover melhorias na mobilidade urbana. Esses problemas não serão facilmente resolvidos apenas com abordagens tradicionais. Para superá-los, é essencial adotar uma visão estatal empreendedora.

Esse conceito de “Estado empreendedor”, defendido pela economista Mariana Mazzucato, redefine o papel do setor público como um agente proativo e inovador, que investe em soluções e assume riscos que o setor privado normalmente evita. Um Estado com esse perfil pode não apenas regular e apoiar a economia, mas também liderar o desenvolvimento social e econômico, inclusive assumindo funções empresariais.

A proposta aqui é que os municípios explorem as vantagens de uma atuação semelhante à das empresas privadas, em um modelo que permite a oferta de serviços públicos com mais eficiência, superando as limitações burocráticas da administração direta.

Governos ao redor do mundo já aplicaram esse conceito em diferentes setores. Nos EUA, o programa SBIR fornece financiamento para pequenas empresas desenvolverem tecnologias estratégicas. Um exemplo que pode ser replicado para fomentar inovações que promovam soluções em áreas como mobilidade e segurança, adaptadas à realidade local.

Na Finlândia, o governo optou por investir na criação de um sistema de ensino que se tornou referência mundial, com base em tecnologia, monitoramento e uma metodologia de melhoria contínua.

Em obras de infraestrutura, o uso de estruturas planejadas com tecnologias emergentes e materiais tecnológicos garantiriam qualidade, agilidade e menor necessidade de manutenção.

Na desburocratização, outro grande gargalo, o exemplo da Estônia é inspirador. Por lá, abrir uma empresa, obter alvarás ou licenças é um processo digitalizado, rápido e acessível. Com tecnologia e simplificação administrativa, esse sistema pode ser estruturado até em nossos menores municípios.

Muitos vão dizer que esses são exemplos que só funcionam em outras realidades, mas trata-se de um conceito prático que está mais ligado à disposição dos gestores do que à cultura local.

Nesse contexto, quando desenvolvemos o plano de negócios da CODAP para 2025, materializamos essa visão de Estado empreendedor: assumindo riscos, captando investimentos e promovendo inovação para resolver desafios municipais. Em Aparecida de Goiânia, acreditamos que essa estratégia vai transformar nossa cidade, e estamos prontos para atuar em parceria com outros municípios para construir um futuro mais eficiente e promissor em outras regiões.

Andre Tomazetti é diretor da Companhia de Desenvolvimento de Aparecida de Goiânia (CODAP)