Em 18 de junho celebramos o Dia do Orgulho Autista, como forma de marcar a importância do respeito à neurodiversidade e ao incentivo a espaços de acolhimento na sociedade. Falar sobre a inclusão e construção de pontes de compreensão entre o mundo neurotípico e a pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo, espectro amplo e complexo, se manifesta de diferentes maneiras em cada indivíduo. E mesmo havendo muito ainda a ser conhecido, precisamos desmitificar preconceitos que o cercam, reconhecer que ele não define quem a pessoa é, mas sim como ela interage e percebe o mundo ao seu redor. Uma pessoa com autismo possui talentos, habilidades e desafios únicos, que merecem ser celebrados e apoiados.

A neurodiversidade é um conceito que celebra as diferentes maneiras como os cérebros humanos funcionam. Ao reconhecermos e valorizarmos essa diversidade, abrimos espaço para a inclusão e a aceitação, pois cada mente é única e valiosa, e o autismo representa apenas uma das muitas formas de neurodiversidade. São pessoas com a sua subjetividade singular, como todas as demais.

Para construirmos uma sociedade verdadeiramente inclusiva, precisamos garantir o acesso daqueles com autismo aos seus direitos. O que significa educação de qualidade, assegurando que todas as crianças tenham acesso a um ensino inclusivo e adaptado às suas necessidades individuais.

Também é preciso viabilizar oportunidades de emprego, incentivando a contratação de pessoas com autismo, reconhecendo suas habilidades e potencialidades. E ainda promover a participação plena dessas pessoas na vida social, criando ambientes acessíveis e acolhedores em todos os aspectos, incluindo cultura e lazer.

O apoio da família e da comunidade é outro ponto fundamental para o desenvolvimento e bem-estar das pessoas com autismo. Pais, amigos, educadores e profissionais de saúde devem estar munidos de conhecimento e ferramentas para auxiliar no processo de aprendizado, na superação de desafios e na construção de uma vida plena e significativa.

E os governos também tem papel crucial na criação de políticas públicas que garantam os direitos das pessoas com autismo. Isso inclui o acesso a diagnóstico precoce e preciso, por meio de equipes multidisciplinares bem preparadas. Também inclui o acompanhamento especializado para desenvolver suas habilidades e alcançar sua autonomia. Além de dar acesso a terapias adequadas, principalmente da rede pública de saúde.

O Dia do Orgulho Autista foi celebrado pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de Goiás (Seds) com informação e entretenimento, em um evento que reuniu servidores, representantes de entidades, pessoas autistas e familiares. A banda Os Lanternas, da qual sou um grande fã, formada por integrantes com autismo e outras deficiências, interpretou sucessos musicais nacionais e internacionais. A plateia interagiu durante toda a apresentação, aplaudindo e cantando junto, numa demonstração de que a inclusão traz ganhos para todos.

Em um segundo momento, o jornalista, pesquisador e autor do livro “O que é a neurodiversidade?”, falou sobre o tema, contribuindo com informações qualificadas para um melhor entendimento sobre o assunto. Mais do que um evento, foi uma vivência de inclusão e compreensão real da neurodiversidade, envolvendo todos os que estavam presentes.

O Governo de Goiás, por meio do Goiás Social, promove a inclusão de pessoas autistas em todos os dias do ano. A Seds é responsável pela emissão da Carteira do Autista, que já beneficiou mais de 3.500 goianos. O documento garante que a pessoa com TEA seja legalmente reconhecida com deficiência para todos os efeitos, com direito à assistência social e inclusão, oferecendo condições que garantam o exercício pleno da cidadania. Também tem apoiado diversas instituições filantrópicas em todo o Estado, com os programas Auxílio Nutricional e Auxílio Água e Energia. Além disso, por meio do Cofinanciamento Estadual, municípios recebem verbas para investimentos na área da assistência social, permitindo a criação de ambientes didáticos a todas as pessoas do espectro autista.

Precisamos colocar o a inclusão da pessoa autista na pauta diária. Só assim, poderemos construir um futuro mais promissor para as pessoas com autismo. Um futuro onde cada indivíduo, independente de suas diferenças, tenha a oportunidade de alcançar seu pleno potencial, viver uma vida com autonomia, ser respeitado e verdadeiramente acolhido em todos os espaços da sociedade.

Wellington Matos
Secretário de Estado de Desenvolvimento Social