Saiba qual é principal preocupação dos produtores de milho segunda safra

26 janeiro 2024 às 11h36

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No contexto agrícola brasileiro, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) emerge como um desafio significativo, especialmente para os produtores de milho. Em Goiás, um dos principais estados agrícolas do país, os produtores rurais enfrentam um aumento alarmante nas infestações dessa praga, ameaçando seriamente a produtividade das plantações na região. Esse cenário destaca a urgência de adotar práticas de manejo sustentáveis e eficazes, como o controle biológico, para combater esse problema.
Os danos causados pela cigarrinha-do-milho são abrangentes e diversificados. Ao se alimentar da seiva das plantas, essa praga não apenas enfraquece as lavouras, resultando em uma redução na produção e qualidade dos grãos, mas também facilita a propagação de doenças como o enfezamento, o que pode resultar em perdas significativas. Em certas áreas, os prejuízos causados pela cigarrinha podem chegar a até 80% da lucratividade dos produtores.
Para enfrentar esse desafio, o controle biológico usando insumos microbiológicos emerge como uma solução eficaz. Microrganismos benéficos, como o fungo Beauveria bassiana, têm uma ação específica contra a cigarrinha, interrompendo suas funções vitais e levando à sua eliminação. Essa abordagem não apenas controla a praga, mas também preserva a saúde do solo e dos organismos benéficos presentes na lavoura.
A integração do controle biológico em um plano de manejo integrado de pragas é uma estratégia preventiva e eficiente. A aplicação regular desses insumos biológicos durante estágios críticos do cultivo do milho auxilia na prevenção de infestações e reduz a dependência de métodos convencionais, promovendo uma agricultura mais sustentável e responsável.
No entanto, o controle da cigarrinha-do-milho e das doenças associadas, como o complexo de enfezamento, requer atenção a diversos fatores. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é crucial entender o ciclo de vida da praga e os métodos de transmissão das doenças que ela carrega. As doenças do complexo de enfezamento, incluindo o enfezamento pálido, vermelho e raiado fino, podem afetar até 70% da produtividade de uma plantação de milho.
Os produtores precisam considerar aspectos como zoneamento agrícola, condições climáticas, nutrição da lavoura, adoção de híbridos tolerantes ao enfezamento e manejo adequado de plantas de milho voluntárias. Em Goiás, a crescente incidência de cigarrinha-do-milho demanda uma abordagem cuidadosa e proativa para minimizar o impacto negativo nas plantações.
No Rio Grande do Sul, as recentes chuvas tiveram um impacto ambíguo na agricultura, melhorando a umidade do solo, mas interrompendo as operações de colheita. Em Mato Grosso do Sul, a Aprosoja/MS prevê uma redução de 14% na produção de milho na segunda safra de 2023/24, destacando a importância de evitar plantios tardios.
Diante desses desafios, o controle integrado e sustentável da cigarrinha-do-milho é crucial. A adoção de práticas de manejo biológico não apenas protege as colheitas, mas também promove uma agricultura mais responsável e ambientalmente sustentável, aspecto crucial para o futuro do setor agrícola no Brasil.
*Com informaões da Embrapa.
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