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Presidente Temer, o ex-presidente Lula e outras 20 pessoas, a maioria políticos do PMDB, foram chamadas como testemunha de defesa em ação penal da Lava Jato

Ex-deputado Eduardo Cunha está preso desde o último dia 19 de outubro | Foto: Lula Marques/Agência PT
Ex-deputado Eduardo Cunha está preso desde o último dia 19 de outubro | Foto: Lula Marques/Agência PT

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) chamou o presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) como suas testemunhas de defesa em ação penal na Operação Lava Jato. O também ex-presidente da Câmara dos Deputados está preso preventivamente desde o dia 19 de outubro.

O rol de testemunhas, um total de 22 pessoas, consta na resposta da defesa de Eduardo Cunha à denúncia do Ministério Público Federal. Segundo a acusação, o peemedebista teria solicitado e recebido vantagens indevidas entre os anos de 2010 e 2011, durante o exercício de sua função parlamentar.

A acusação é de irregularidades relacionadas à aquisição de um campo de petróleo em Benin pela petrobrás. Eduardo Cunha responde por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça, que teriam sido utilizadas para receber propina do esquema.

Cunha também chamou como testemunhas o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró, os ex-ministros Henrique Alves (Turismo/Governo Michel Temer), Mauro Lopes (Aviação Civil/Governo Dilma), o ex-deputado João Paulo Cunha (PT), o pecuarista José Carlos Bumlai (amigo de Lula), o economista Felipe Diniz, filho do ex-líder do PMDB na Câmara Fernando Diniz, morto em 2009, o vice-governador de Minas Gerais Antônio Eustáquio Andrade Ferreira (PMDB), os deputados Leonardo Quintão (PMDB-MG), Saraiva Felipe (PMDB-MG), o deputado estadual João Magalhães (PMDB-MG), Nelson Tadeu Filipelli (PMDB-DF), o ex-gerente da área Internacional Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos, o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT), o professor de Direito José Tadeu de Chiara, o lobista Hamylton Padilha, o ex-funcionário da Petrobrás Sócrates José Fernandes Marques da Silva e funcionários do Banco Merril Lynch.

A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.

A defesa do ex-deputado pede o encaminhamento de ofício à Shell a fim de que a empresa forneça cópia do procedimento de contratalçao dos poços de petróleo no Benin e defende que o contrato foi fechado em conformidade com as regras de mercado.

“Por meio dessa diligência, pretende-se provar que o contrato investigado nos presentes autos foi celebrado em conformidade com as regras do mercado e não, ao contrário do que diz o Ministério Público Federal, em razão de propina paga ao defendente”, afirma a defesa.

Confira a lista de testemunhas:

1 – Michel Miguel Elias Temer Lulia

2 – Felipe Bernardi Capistrano Diniz

3 – Henrique Eduardo Lyra Alves

4 – Antônio Eustáquio Andrade Ferreira

5 – Mauro Ribeiro Lopes

6 – Leonardo Lemos Barros Quintão

7 – José Saraiva Felipe

8 – João Lúcio Magalhães Bifano

9 – Nelson Tadeu Filipelli

10 – Benício Schettini Frazão

11 – Pedro Augusto Cortes Xavier Bastos

12 – Sócrates José Fernandes Marques da Silva

13 – Delcídio do Amaral Gómez

14 – Mary Kiyonaga (Funcionária do Banco Merril Lynch, Genebra)

15 – Elisa Mailhos (Funcionária do Banco Merril Lynch, Genebra)

16 – Luis Maria Pineyrua (Representante da Posadas&Vecino, Consultores Internacionales Inc.)

17 – Nestor Cuñat Cerveró

18 – João Paulo Cunha

19 – Hamylton Pinheiro Padilha Júnior

20 – Luís Inácio Lula da Silva

21 – José Carlos da Costa Marques Bumlai

22 – José Tadeu de Chiara