Suposto serial killer matou ao menos 15 mulheres e oito moradores de rua em Goiânia
15 outubro 2014 às 19h29

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Além destes casos, Tiago Henrique Gomes de Rocha, de 26 anos, pode estar envolvido em outros 15 homicídios

Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, apontado pela polícia como suspeito de ser o assassino em série que atuava nas ruas de Goiânia, pode ter sido o responsável por 16 dos 18 casos de mortes misteriosas investigadas pela força-tarefa da Polícia Civil, sendo 15 mulheres e um homem. A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira (15/10) pelo secretário de Segurança Pública, Joaquim Mesquita, e pelo delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski.
Estariam de fora desta lista apenas o registro de tentativa de homicídio contra Daiane Ferreira de Morais e o homicídio de Danielle Garmus, de 23 anos, morta no dia 15 de junho em um bar no Setor Jardim Goiás. Neste último caso, dois motociclistas estiveram envolvidos na ação, o que pode ter excluído o envolvimento de Tiago já que, ao que tudo indica, ele agia sozinho.
Conforme João Carlos Gorski, a polícia possui provas contundentes de que o suspeito realmente tenha sido o autor de todos os crimes apontados. Detalhes da investigação, no entanto, serão repassados apenas na manhã desta quinta-feira (16) em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
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O delegado-geral adiantou que o suspeito também foi o responsável pela morte de ao menos oito moradores de rua, que não tiveram suas identidades reveladas. Além destes casos, Tiago pode estar envolvido em outros 15 homicídios. “Temos que entender que ele não começou matando mulheres. Ele começou matando homens, com facas e armas de fogo e depois, de um certo tempo para cá, começou a matar mulheres”, disse Gorski.
Mais cedo, em entrevista à imprensa, Gorski e Mesquita haviam afirmado que o suspeito teria confessado oito dos quinze homicídios contra mulheres na capital nos últimos meses. À tarde, no entanto, ambos negaram a informação e disseram que, com o aprofundamento das investigações, foi ampliado o número de homicídios atribuídos a Tiago. “Não falamos que ele tinha confessado oito homicídios. Ele falou que era um número grande. Como o interrogatório dele se estendeu pela noite, nós fomos olhar o que realmente ele falou e relacionar com os boletins de ocorrência”, explicou.
Diferentemente do que foi noticiado por veículos de imprensa, o delegado-geral afirmou que ainda não há provas de que Tiago também tenha vitimado homossexuais. Gorski, todavia, não descartou a possibilidade.
Em depoimento à polícia, o suspeito teria dito que cometia os crimes por “raiva”. Possivelmente, Tiago será examinado pela perícia da junta médica do Tribunal de Justiça de Goiás, quando deve ser traçado um perfil para o suposto assassino em série.
Esclarecimento às famílias
Acompanhado da cúpula da SSP-GO, o governador Marconi Perillo (PSDB) se reuniu na tarde testa quarta-feira com as famílias das vítimas do suposto serial killer. Na ocasião, o tucano mostrou o trabalho que estava sendo desenvolvido para a elucidação dos crimes e se comprometeu a se reunir novamente com os familiares para apresentar o resultado final do trabalho da polícia.
A Força Tarefa constituída para esclarecer os homicídios trabalhou por mais de um mês com mais de 100 policiais. A operação foi determinada pelo governador com a intenção de dar celeridade na elucidação de crimes que vitimavam mulheres. A polêmica de um suposto assassino em série iniciou no dia 19 de janeiro deste ano com a morte de Beatriz Oliveira, de 23 anos, no Setor Nova Suíça. Nos últimos meses, os crimes ganharam repercussão da mídia nacional e internacional e foram descritos como feminicídio.