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A polícia afirma que o investigado participou do primeiro procedimento de aplicação de hidrogel nos glúteos, no dia 12 de outubro, ao lado da mulher que se dizia biomédica

Um homem, identificado como Fábio, foi incluído no inquérito que investiga a morte de Maria José Medrado Souza Brandão, de 39 anos, morta após aplicação de hidrogel nos glúteos. Segundo a polícia, esse novo investigado participou ativamente do primeiro procedimento, no dia 12 de outubro, ao lado da mulher que se dizia biomédica. O homem deve prestar esclarecimentos na próxima segunda-feira (3/11).

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De acordo com a delegada responsável pelo caso, Myrian Vidal, o filho da vítima, que acompanhou a mãe nas aplicações do produto, relatou que Fábio ajudou no primeiro procedimento. “Eles faziam tudo no olhômetro, se afastavam para observar os glúteos de Maria José, como se estivessem medindo as proporções, e, assim, decidiam aplicar mais ou menos de um lado e outro, compartilhando o mesmo recipiente com a substância”, disse a delegada, segundo relatos do filho.

Assim como Raquel, Fábio também poderá responder por exercício ilegal de Medicina. Myrian afirma que, caso o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) aponte que a morte da mulher está vinculada ao procedimento, ambos podem ser responsabilizados por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

A delegada ainda tenta esclarecer qual a procedência do produto apicado em Maria José, pois a embalagem descrita pelo filho da vítima, em depoimento, não se assemelha com a apresentada pela Rejuvene Medical, que distribui o Aqualifit no Brasil. “Chama a atenção o valor cobrado pela aplicação, diante do custo desse hidrogel, no mercado, que é muito caro”, disse Myrian.

O caso

Maria José morreu após aplicar pela segunda vez hidrogel para aumento dos glúteos. Ela encontrou uma anúncio na internet e entrou em contato com a profissional responsável, que se dizia biomédica. A mulher residia em Catalão e ia para Goiânia com frequência para realizar aplicações em salas de hotéis e clínicas alugadas.

Após o procedimento, Maria José passou mal e foi encaminhada para o Cais do Setor Vila Nova. No entanto, com a gravidade da situação, foi levada para a UTI do Hospital Jardim América. De acordo com a família, ela faleceu por volta das 5h da manhã de sábado (24), e a suspeita é de que tenha sido por embolia pulmonar.

Por meio de nota, o Conselho Regional de Biomedicina da 3ª Região (CRBm-3), responsável pelos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e Distrito Federal, informou que não possuía qualquer registro da profissional apontada como responsável pela aplicação. “Isso nos leva a crer que ela não seja biomédica”, disse o presidente da entidade, Rony Marques de Castilho. Ele ressaltou ainda que o tipo de procedimento realizado não é de competência de um biomédico.