Janot pede abertura de inquérito contra Calheiros, Sarney, Jucá e Sérgio Machado

07 fevereiro 2017 às 14h54

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Peemedebistas e ex-diretor da Transpetro, subsidiária da Petrobras, são acusados de tentar barrar investigações da Lava Jato
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu, na segunda-feira (6/2), que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra inquérito para investigar o ex-presidente José Sarney (PMDB), os senadores Romero Jucá (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB) e o ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado. Os quatro são acusados de tentar interferir na Operação Lava Jato.
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Todos os três foram gravados em conversas com Machado, que comandava a Transpetro, subsidiária da Petrobras. Jucá, sugerindo que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era uma maneira de “estancar a sangria”, em referência à Operação Lava Jato.
Renan, por sua vez, defendeu, ao telefone, mudanças nas delações premiadas e afirmou que todos os políticos do Congresso teriam medo das investigações. Já Sarney prometeu que ajudaria Machado a escapar do juiz Sergio Moro.
Mais tarde, em delação premiada, Machado afirmou ter repassado pelo menos R$ 70 milhões em propina aos três. Renan teria recebido R$ 30 milhões e os outros dois, R$ 20 milhões cada. Os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA) também teriam recebido propina.
Ao pedir a abertura de inquérito, Janot afirmou que os três tinham como objetivo aprovar medidas para conseguir mudar leis para beneficiar condenados por corrupção. O procurador-geral listou como exemplos a proibição de acordos de colaboração premiada com investigados ou réus presos; a proibição de execução provisória da sentença condenatória mesmo após rejeição dos recursos ordinários da defesa; e a alteração nas regras do acordo de leniência para permitir cordos mesmo sem reconhecimento de crimes.
Em junho do ano passado, Janot já havia pedido a prisão dos três, mas o ex-ministro Teori Zavascki, morto em janeiro deste ano em acidente aéreo, negou. Em sua explicação na época, ele afirmou que gravações mostravam conduta grave e reprovável, mas não eram suficientes para justificar a prisão.