Em visita a Anápolis, Dilma garante que federalização da Celg não tardará
12 agosto 2014 às 16h40

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Além de questões relacionadas à estatal goiana, a candidata à reeleição também comentou sobre o quadro desfavorável verificado em pesquisas eleitorais divulgadas no Estado

A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) dedicou a manhã desta terça-feira (12/8) para gravar cenas de seu programa eleitoral no município de Anápolis (GO). O cenário escolhido foi o parque de cargas da Ferrovia Norte-Sul, que liga a cidade a Palmas, capital do Tocantins. Em entrevista à imprensa, a petista comentou sobre o imbróglio criado em torno das negociações em prol da federalização da Celg.
Com o vislumbre de um novo impasse para a assinatura da promessa de acordo entre a estatal goiana e a Eletrobras – passo crucial para o desfecho da federalização -, a presidente alegou que a gestão federal tem se esforçado a fim de agilizar a negociação entre as distribuidoras. A petista mostrou confiança quanto às tratativas ao afirmar que a Celg tem agora “um novo fôlego”, mas ponderou que novos ainda serão necessários. Dilma também asseverou que o “problema da Celg” não foi criado pela gestão federal e sim porque “deixaram a estatal com o patrimônio líquido negativo”.
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“Para tanto não é só tratar do problema, é fazer com que um banco público assuma o processo de financiamento com garantias. Essa é uma solução que não tardará, nós já tivemos, já demos um fôlego pra Celg, daqui para frente temos de dar um outro fôlego, porque a Aneel vai avaliar, enquanto ela (Celg) não estiver em condições eu diria assim de solvência – a Aneel não autoriza aumento tarifário. Ela (Celg) precisa do aumento tarifário porque há muito tempo ela não tem por conta dessa questão do patrimônio liquido negativo”, observou Dilma.
O teor das declarações concedidas por Dilma se assemelha ao que foi tratado entre a petista e o governador tucano Marconi Perillo em reunião no último dia 23, em Brasília. Bastante solícita, na ocasião, a petista também garantiu empenho para dar celeridade aos pontos que impedem que o negócio entre as estatais seja enfim colocado em prática. Após o encontro, ocorreram novas reuniões entre representantes de ambas as partes, mas, até o momento, a assinatura da promessa de acordo não foi possível.
Nesta terça-feira, em entrevista ao Jornal Opção Online, o diretor de Regulação da CelgD e vice-presidente da CelgPar, Elie Chidiac, confirmou que a federalização da Celg esbarra em um novo impasse, desta vez, creditado à Eletrobrás. Segundo o dirigente, diferentemente do que foi discutido em reunião entre os comitês jurídicos da procuradoria-geral da Celg e da Eletrobras no dia 29 de julho, no Rio de Janeiro, o plano de aplicações dos recursos (parcela R$ 1,9 bilhão a ser repassada pela Caixa) não prevê “dois itens muito importantes para empresa e para o Estado de Goiás”. São eles: o pagamento às prefeituras goianas de R$ 30 milhões de ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) e, pelo menos, investimento de R$ 300 milhões na rede elétrica do Estado para “atender dignamente o consumidor goiano”, conforme arrematou o próprio dirigente.
Baixos índices em Goiás
Além de questões relacionadas à estatal goiana e sua federalização, a candidata à reeleição também comentou sobre o quadro desfavorável verificado em pesquisas eleitorais divulgadas no Estado. Na última semana, o instituto Veritá liberou uma pesquisa revelando uma pequena vantagem do presidenciável Aécio Neves (PSDB) à frente de Dilma. Na estimulada, o senador mineiro ficou com 31% dos votos, enquanto a petista totalizou 29,5%.
Na avaliação da presidente, grande parte dos goianos desconhece o trabalho realizado pela administração petista no Estado. “Eu acredito que uma parte dos goianos não saiba de todos os investimentos que fizemos aqui. A gente aproveita o processo eleitoral justamente para dar aos eleitores o conhecimento que eles não têm de investimentos que nem sabem que são nossos”, avaliou.
Ferrovia Norte-Sul
Durante sua passagem no município goiano, a presidente Dilma destacou a importância da Ferrovia Norte-Sul, não só para a região, mas para todo o Brasil. “As ferrovias reduzem o custo e tornam mais eficiente o transporte de cargas, aumentando a competitividade do país. Além disso, diminuindo caminhões nas estradas, reduzimos a emissão de gases e preservamos o meio-ambiente”, informou a candidata por meio de sua conta no Twitter.
Fazendo ligação entre o Rio Grande do Sul e o Pará, quando totalmente pronta, a estrada de ferro vai contar com mais de quatro mil quilômetros e cortará os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Agenda
Após gravação de material de campanha em Anápolis, a presidente participa, nesta tarde, do Lançamento do site “O Brasil da Mudança”, do Instituto Lula, que mostra, em textos, fotos, vídeos, gráficos e depoimentos, as transformações vividas pelo País desde a primeira gestão petista. À noite, a presidente ainda acompanha a abertura do 26º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL).
A passagem de Dilma por Goiás não contou com a participação do governadoriável Antônio Gomide (PT). Ainda assim, em entrevista ao Jornal Opção Online na noite da última segunda-feira (11), o candidato comemorou a presença da presidente em território goiano. A expectativa de petistas é que a vinculação do nome de Gomide ao da presidente Dilma auxilie no maior conhecimento do anapolino pelo restante do Estado.