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[Olavo Noleto, de terno escuro, e Rubens Otoni, à direita, de camisa branca: as principais apostas do PT de Goiás para a Câmara dos Deputados]

Vinte e dois petistas, ouvidos por um repórter do Jornal Opção, disseram, sob a proteção do off, o que efetivamente pensam sobre os favoritos do partido para deputado federal. Eles dizem que positivo mesmo, para o PT, seria a eleição de Rubens Otoni, Olavo Noleto, Mauro Rubem e Edward Madureira – políticos absolutamente qualitativos. Porém, admitem que isto é impossível. Por isso, sugerem que as energias e os parcos recursos financeiros do partido estão realmente concentradas em dois nomes – Rubens Otoni e Olavo Noleto.

O único de fato garantido, dada sua história política e intenso trabalho na organização do PT em todo o Estado, é o deputado federal Rubens Otoni. Ele é visto como hors-concours, como virtualmente eleito. Ninguém no partido acredita que pode perder a eleição. Rubens, frisam, é maior do que o PT goiano, com forte apoio até fora do partido. O PT acredita que, com muito esforço, será possível eleger um segundo deputado. O segundo nome preferido da máquina partidária é o de Olavo Noleto. O jovem petista tem o apoio do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e do ex-prefeito Pedro Wilson. A candidata a senadora, Marina Santana, também está empenhada em sua campanha.

Rubens e Olavo, portanto, são a duas principais apostas do PT de Goiás para a Câmara dos Deputados.

Mauro Rubem é petista, respeitado pelas cúpulas, mas permanece, de algum modo, uma espécie de outsider, quer dizer, um político que não é controlado pelas principais tendências do partido em Goiás. É visto como “excessivamente independente”. Ele é apontado como o político que empurra do PT para uma linha mais independente, mais crítica e aguerrida. Não se trata, afirma os entrevistados, de um conciliador. Todos gostam dele, o admiram, mas mantém um pé atrás a respeito de algumas de suas posições. Acham-no ideológico demais, com um discurso meio passadista.

Edward está no PT, é respeitado pelos líderes do partido, mas não é visto integralmente como um petista. É percebido como um quase-petista. Os entrevistados argumentam que, para se tornar um petista de verdade, é preciso filiar-se ao partido e, ao mesmo tempo, a uma de suas tendências. Só assim alguém pode-se tornar um petista confiável. Não se entra no PT como se entra no PSDB, no PSD ou no DEM. O filiado casa-se com o partido e, principalmente, com uma tendência. São as tendências, e não exatamente o partido, que fazem as campanhas de seus membros.

A rigor, Mauro Rubem e Edward estão na disputa muito mais para fornecer quociente eleitoral para Rubens e, sobretudo, para Olavo. Os petistas não acreditam que possam ser eleitos, mas serão decididos para a eleição de, notadamente, Olavo. Rubens ganha praticamente sozinho.