PT articula a Operação Darci para transformar Antônio Gomide em vítima

03 outubro 2014 às 08h11

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O PT, diligentemente, está reprisando o que se pode chamar de Operação Darci para transformar uma derrota certa numa vitória possível para seu candidato a governador de Goiás, Antônio Gomide. Em meados da década de 1980, Darci Accorsi perdeu a eleição para prefeito de Goiânia para Daniel Antônio. O petismo construiu, paciente e competentemente, a tese de que a eleição foi roubada. Darci ganhou e não levou, disseram e isto pegou. Na eleição seguinte, Darci foi eleito prefeito da capital, provando que a Operação Darci havia dado certo.
Agora, embora tenha feito uma gestão de encher os olhos em Anápolis, Antônio Gomide não conseguiu emplacar. Ele é respeitado, ético, mas os eleitores decidiram não colocá-lo como favorito no pleito deste ano. O motivo, mais uma vez, é que a disputa ficou polarizada entre o governador Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Ao optar por atacar Marconi, um alvo mais distante, e não o segundo colocado, Iris Rezende, o alvo mais próximo e mais vulnerável, Gomide e Vanderlan Cardoso, do PSB, cometeram um sério erro de marketing. Tentaram corrigi-lo, na reta final, mas parece que é tarde.

A renúncia de Tayrone di Martino, longe de prejudicar Gomide, que está mal nas pesquisas, acabou sendo útil para o petista, que poderá dizer seu desempenho foi pífio porque tentaram retirar sua candidatura. Depois da eleição, o petista poderá ir a pé até Trindade, reduto de Tayrone di Martino, para agradecê-lo pela ajuda indireta.
O PT, na prática, está jogando para 2018, quando, com a Operação Darci em jogo, Gomide poderá se apresentar como vítima do pleito de 2014 e, mais uma vez, disputar o governo. Aí, sem Marconi e Iris no páreo, com chance de ser eleito governador.