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O senador do PP recebeu 400 mil reais da Andrade Gutierrez e 800 mil reais da Queiroz Galvão. O senador nega que a dinheiro tenha a ver com o escândalo da Petrobrás. O senador petista Delcídio Amaral é destacado por Paulo Roberto Costa. O governador Cid Gomes é listado

[Francisco Dornelles: senador diz que doações são legais e que não tem envolvimento nos  escândalos da Petrobrás]

“Como o esquema na Petrobrás abasteceu as campanhas de aliados do governo” é a manchete da edição da “IstoÉ” que está nas bancas. A revista “revela” o “nome de mais quatro políticos acusados pelo delator” (Paulo Roberto Costa). A reportagem, com o título de “No rastro do dinheiro da Propinobrás”, é assinada pelos repórteres Mário Simas Filho, Sérgio Pardellas e Josie Jerônimo.

A “Veja” publicou a lista de alguns políticos favorecidos pelo esquema de corrupção montado na Petrobrás por líderes de três partidos — PP, PMDB e PT — com o apoio do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef: Renan Calheiros (presidente do Senado), Henrique Eduardo Alves (presidente da Câmara dos Deputados), Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro), Roseana Sarney (governadora do Maranhão), João Vaccari Neto (secretário nacional de Finanças do PT), Ciro Nogueira (senador e presidente nacional do PP), Romero Jucá (senador pelo PMDB), Cândido Vaccarezza (deputado federal pelo PT),João Pizzolatti (deputado federal pelo PP) e Mário Negromonte (ex-ministro das Cidades e conselheiro do Tribunal de Contas da Bahia). A “IstoÉ” revela mais quatro nomes: Eduardo Cunha (deputado federal do PMDB do Rio de Janeiro), Cid Gomes (governador do Ceará), Delcídio Amaral (senador pelo PT de Mato Grosso do Sul) e Francisco Dornelles (PP-RJ). O último é primo do senador Aécio Neves, candidato a presidente da República pelo PSDB

Francisco Dornelles nega que tenha qualquer envolvimento com a corrupção na Petrobrás, mas recebeu 400 mil reais da Andrade Gutierrez e 800 mil reais da Queiroz Galvão. O PP, partido do senador, comandava a corrupção sistêmica na empresa, por intermédio de um de seus indicados, Paulo Roberto Costa. “Todas as doações recebidas pelo diretório do PP no Rio tiveram como origem empresas juridicamente aptas a fazê-las”, disse Dornelles à revista.

O governador do Ceará, Cid Gomes, teria negociado com Paulo Roberto Costa “a instalação de uma minirrefinaria no Estado. O relato da “IstoÉ”: “O projeto seria apenas uma fachada para um esquema de lavagem de dinheiro por meio de empresas que nunca sairiam do papel”. Cid Gomes contesta a informação: “Não sei quem é Paulo Roberto. Nunca estive com esse cidadão e sou vítima de uma armação de adversários políticos”.

Candidato a governador do Mato Grosso do Sul, o senador petista Delcídio Amaral recebeu 600 mil reais da empreiteira OAS, 2,8 milhões de reais da Andrade Gutierrez e 2,3 milhões da UTC. O político foi diretor da Petrobrás e é o padrinho de Nestor Cerveró, um dos principais investigados.