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Especialistas ouvidos pelo Jornal Opção avaliam que o governador Marconi Perillo (PSDB) é hegemônico nas redes sociais. Ágil, estar anos-luz à frente na internet. A equipe que cuida de suas mídias sociais vence a concorrência — em qualidade e quantidade. O bombardeio diário de posts relata sua movimentação pelo Estado afora, com farta munição de fotos e vídeos.

Consolidado nas redes sociais há mais de cinco anos, o tucano colhe os frutos na eleição de 2014. Enquanto os candidatos da oposição se esforçam para montar sites, blogs, perfis e divulgá-los, Marconi se vê amparado por uma rede virtual que caminha com as próprias pernas e que tem como força motriz o engajamento da militância digital.

A crise na segurança pública é um exemplo. Candidatos de oposição e seus apoiadores foram em peso para a internet culpar Marconi e o governo pelo assassinato das mulheres em Goiânia. Mesmo diante do tema delicado, os governistas não recuaram e puseram a cara no debate.

Quem puxou a fila foi o próprio governador. No sábado, 2, Marconi fez um pronunciamento em seu Facebook informando a criação de uma força-tarefa para desvendar os crimes e reforçou o empenho do governo no combate à violência, que assola todo o Brasil.

O post repercutiu em toda a imprensa goiana e teve diversos compartilhamentos no Facebook, rede na qual o governador possui mais de 77 mil seguidores. Os apoiadores e a militância digital foram atrás de Marconi e inundaram as redes com informações sobre os investimentos do governo na área de segurança, ressaltando o chamamento de mais 563 policiais militares e outras ações.

Talvez estimulados pelos próprios candidatos — como os deputados federais Iris Araújo e Ronaldo Caiado, por exemplo, que preferem uma tática agressiva, contundente —, a militância digital da oposição se perde ao atuar pensando sempre em Marconi como seu alvo principal. O internauta comum muitas vezes corre de debates acalorados e ataques virulentos. Não se sente à vontade em participar desse linchamento virtual. Acrescente-se que o internauta em geral não tem qualquer militância e se sente incomodado com determinados exageros, tanto da situação quanto da oposição.

Falta aos apoiadores da oposição um pouco mais percepção para cativar o eleitor internauta. As propostas apresentadas são raras e as soluções inteligentes também. Quem insiste nos ataques vai se isolando e consegue atingir somente um público bem específico, ou seja, seus próprios colegas. Em resumo, acabam falando para eles mesmos e o efeito em larga escala é praticamente nulo. Internautas não apreciam o excesso de posts e as “trolagens” habituais e têm mais apreço pelo humor inteligente e ligeiramente corrosivo.

Já em 2009, quanndo senador, Marconi dava suas primeiras tuitadas e se tornava influente nas redes sociais, aparecendo em rankings nacionais. Com o passar do tempo, sua imagem se associou naturalmente à ideia de modernidade exigida pelo ambiente da internet.

Diferentemente de rivais como Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB). Iris nunca fez questão de se familiarizar com o conteúdo digital e sequer tem computador pessoal. Seus perfis ficaram desativados por quatro anos e alguns foram ressuscitados agora para a eleição.

Talvez nem saiba direito do que se trata. É praticamente impossível imaginar Iris com um tablet nas mãos e escrevendo um post no seu Twitter ou Instagram de campanha. Ele mal sabe pronunciar os nomes das redes.

Vanderlan, embora mais jovem — 80 anos contra 50 anos —, também não se interessa muito pelas redes sociais. É uma equipe montada por Jorcelino Braga que cuida das redes sociais e Vanderlan nem mesmo tem acesso ao que é divulgado.

Antônio Gomide (PT) até tenta marcar presença na internet. Mas a atuação ainda é conservadora, além de faltar militância e engajamento. O PT é militante nacionalmente, com extrema agressividade, mas não localmente.

Os sites e perfis são tradicionais demais e a capacidade de envolvimento tanto de Vanderlan quanto de Gomide é pequena diante do exército digital conquistado por Marconi ao longo dos anos. Gomide tem 1.890 seguidores no Twitter e também atua no Facebook. Vanderlan aparece com 4 .230 seguidores no Twitter e também investe na interatividade do Instagram e Facebook. A diferença para Marconi é abissal. O governador tem 40,1 mil seguidores no Twitter pessoal e ainda mais dois perfis que divulgam sua agenda e reuniões de campanha.

Um especialista em redes sociais disse ao Jornal Opção: “A atuação de Marconi Perillo é tão rápida, eficiente e inteligente, com conteúdos concisos e precisos, que fica-se com a impressão de que ocupa todos os espaços e de que ele é o candidato das oposições e, ao mesmo tempo, da situação”.