A Maçonaria, instituição de origem francesa que remonta à Idade Média, tem desempenhado um papel significativo na filosofia, filantropia e educação ao longo dos séculos. No contexto brasileiro, a Grande Oriente do Brasil (GOB) destaca-se como a mais antiga associação de lojas maçônicas, cujo nome é derivado do francês “maçon”, que significa pedreiro, em referência aos construtores de castelos e catedrais na época medieval.

O simbolismo maçônico, intrinsecamente ligado aos instrumentos utilizados pelos antigos construtores em pedra, perpetua o legado da construção e do aperfeiçoamento constante. Rodeada de mistérios, a maçonaria é predominantemente composta por homens que se reúnem em lojas para estudar, planejar ações e cultivar valores como “Amor Fraternal”, “Solidariedade” e a “Busca da Verdade”.

Poder político

Personagens históricos passaram pela instituição, como, por exemplo, o político Winston Churchill e os escritores Oscar Wilde, Rudyard Kipling e Arthur Conan Doyle. Quando se fala em Brasil, nomes como D. Pedro I, José Bonifácio, Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz e Rui Barbosa integraram a organização.

É fato que a maçonaria está presente na história do Brasil, inclusive já esteve no poder. O maçom Benjamim Constant abrigou em sua casa uma reunião que decidiu pelo fim do Império, em novembro de 1889. Estavam presentes Campos Sales, Prudente de Moraes, Silva Jardim, Rangel Pestana, Francisco Glicério, Ubaldino do Amaral, Aristides Lobo e Bernardino de Campos. Com o apoio de um militar respeitado, o também maçom Deodoro da Fonseca, eles deram o golpe final, segundo o Brasil Escola, no regime que haviam ajudado a criar. Ali iniciava o período de três décadas de controle sobre os rumos do país. A ordem estava no auge do poder político. Esse cenário seguiu até 1930, quando Getúlio chegou à presidência.

Teorias da conspiração

Como uma das sociedades secretas mais antigas do mundo, a Maçonaria tem sido associada a teorias de conspiração e especulações, embora muitas dessas narrativas sejam bizarras, como a crença em pessoas-lagartos. A verdade, no entanto, revela histórias fascinantes e, por vezes, estranhas sobre o legado complexo da Maçonaria.

Desmistificando os Segredos Maçônicos

Contrariando a crença popular sobre a natureza secreta da maçonaria, a instituição não esconde sua existência nem seus propósitos. Com mais de 30.000 livros escritos sobre o tema, a maçonaria se apresenta como uma organização cujos ensinamentos fundamentais envolvem amor fraternal, solidariedade e busca pela verdade. Os chamados “segredos maçônicos” são, na verdade, alegorias e sinais que fazem parte da ritualística maçônica, não ocultando as intenções benevolentes da ordem.

Maçonaria e Religião: Um Equilíbrio Delicado

Apesar de seu caráter religioso, a maçonaria não é uma religião e não busca substituir as crenças religiosas de seus membros. A filiação é aberta a homens adultos de boa reputação e caráter, que acreditem na existência de um Ser Supremo. A Maçonaria acolhe membros de diversas crenças, promovendo a coexistência harmoniosa.

Ritos Maçônicos

No Brasil, diversas Obediências Maçônicas praticam diferentes ritos, cada um com sua história e características únicas. O Rito Adonhiramita, o Rito Brasileiro, o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito Francês ou Moderno, o Rito Schroder e o Rito de York contribuem para a rica tapeçaria da Maçonaria no país, trazendo consigo tradições diversas e influências culturais.

Maçonaria e Religião

A Maçonaria não é uma religião, conquanto tenha caráter religioso. Não pretende tomar o lugar da religião de ninguém, tampouco substituir as crenças religiosas de seus membros. Através, de toda a história da Maçonaria, protestantes, judeus, católicos, maometanos, hindús, budistas e outros nada encontraram na Maçonaria que fosse incompatível com suas convicções religiosa.
Filiação

A filiação é permitida a homens adultos, sem preconceito de raça, cor ou credo, mas se exige que o candidato goze de boa reputação, seja de bom caráter e que acredite na existência de um Ser Supremo. Um homem deve tornar-se maçom por seu livre arbítrio. A ninguém será pedido que se filie. Que cada um faça sua escolha! Uma das antigas regras da Maçonaria é que Maçons não devem arregimentar novos membros. Alguém que deseje ser admitido deve pedir informações a alguma pessoa que julgue ser maçom ou diretamente a uma Organização Maçônica.

O candidato deve ter mais de 21 anos, aptidão mental e física, além de boa formação moral. Após pedir ingresso será procedido um processo de investigação sobre sua vida, que resultará na recomendação para que seja aprovada ou rejeitada sua admissão.