Buraco azul descoberto no México pode ajudar na busca por vida alienígena

23 junho 2025 às 11h21

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Uma descoberta subaquática feita na costa sudeste do México pode revolucionar a compreensão científica sobre a vida em ambientes extremos, na Terra e além dela. Pesquisadores mexicanos anunciaram a identificação de um gigantesco buraco azul — sumidouro submerso de origem natural — na baía de Chetumal, no estado de Quintana Roo. Batizado de Taam Ja’ (“águas profundas”, em maia), o local atinge 274,4 metros de profundidade, o que o torna o segundo maior do mundo nesse tipo de formação.
O estudo, publicado na revista Frontiers in Marine Science, foi conduzido por cientistas do Colégio da Fronteira Sul (Ecosur), com base em expedições realizadas em setembro de 2021. A existência do sumidouro foi inicialmente relatada por pescadores da região e confirmada após medições detalhadas feitas por mergulhadores e equipamentos oceanográficos.
Além da impressionante dimensão, superior à do famoso Grande Buraco Azul de Belize —, Taam Ja’ chamou a atenção da comunidade científica pelos organismos que habitam suas profundezas. Segundo os autores do estudo, essas formas de vida adaptadas a condições extremas podem fornecer pistas valiosas sobre possíveis organismos extraterrestres e sobre os processos que permitiram o surgimento da vida na Terra, há bilhões de anos.
O buraco azul apresenta uma área de 13.690 metros quadrados e paredes quase verticais, com inclinação de até 80 graus. Sua boca está localizada a menos de cinco metros da superfície do mar, e o interior exibe mudanças bruscas de temperatura e salinidade, o que contribui para a formação de um ecossistema singular.
Os pesquisadores destacam que a origem geológica da estrutura e sua biodiversidade ainda precisam ser investigadas com mais profundidade. A próxima etapa dos estudos será voltada à análise da diversidade microbiana e à identificação das espécies que conseguem sobreviver nesse ambiente extremo.
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