Após quase três décadas à frente do principal telejornal do país, o jornalista William Bonner, de 61 anos, se despede da bancada do “Jornal Nacional” nesta sexta-feira, 31. O apresentador dará lugar a César Tralli, 54, que dividirá a condução do noticiário com Renata Vasconcellos, 53.

Símbolo de credibilidade e sobriedade jornalística, Bonner encerra um ciclo iniciado em 1996, quando assumiu o comando do JN ao lado de Lilian Witte Fibe. Desde então, atravessou transformações não apenas na televisão, mas também em sua imagem pessoal, que se tornou familiar a milhões de brasileiros.

Nos anos 1990, ainda apresentando o “SPTV” e o “Jornal Hoje”, Bonner exibia um visual clássico: cabelos pretos, penteados de forma precisa, e o tradicional bigode, que logo se tornaria uma de suas marcas.

Com o passar dos anos, o apresentador adotou um estilo mais moderno e discreto. A primeira mecha branca natural surgiu ainda nos anos 2000, e, em vez de escondê-la, Bonner a transformou em uma assinatura visual. Hoje, o grisalho domina o cabelo e a barba, conferindo ao jornalista um ar maduro e elegante.

A saída do JN faz parte de um planejamento conjunto entre Bonner e a TV Globo, elaborado ao longo dos últimos cinco anos. A partir de 2026, o jornalista passará a integrar a equipe do “Globo Repórter”, ao lado de Sandra Annenberg, em um formato mais leve, com foco em reportagens especiais e viagens pelo Brasil e pelo mundo.

A mudança marca um novo capítulo na trajetória de Bonner, que busca reduzir o ritmo de trabalho e dedicar mais tempo à família e a projetos pessoais.

Durante seus 29 anos no comando do JN, Bonner se tornou uma das figuras mais reconhecidas da televisão brasileira. Seu “boa noite” diário virou um símbolo de rotina nacional, e sua postura firme diante de momentos históricos, de eleições presidenciais a tragédia, consolidou sua imagem como o principal âncora do telejornalismo brasileiro.

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