Você sabe quais as 5 doenças que se espalham mais rápido?

13 agosto 2025 às 19h16

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Quando falamos em “contágio” os epidemiologistas usam um número chamado R₀ (R-naught) para medir o potencial de espalhamento de um agente infeccioso: é a média de pessoas que um único infectado pode contagiar em uma população totalmente suscetível.
R₀ maior que 1 permite crescimento do surto; quanto maior o valor, mais rápido pode se espalhar. Confira as 5 doenças que tendem a se espalhar mais rápido.
1. Sarampo (R₀ ≈ 12–18)
O sarampo é, historicamente, a doença viral mais contagiosa conhecida. Um caso pode gerar dezenas de infectados em poucos ciclos de transmissão.
O vírus se espalha por gotículas e aerossóis e pode permanecer infeccioso em ambiente fechado por horas. A vacinação (esquema MMR) é a principal proteção individual e coletiva.
Se transmite por aerossóis finos, pode permanecer no ar por horas e infecta pessoas mesmo sem contato direto; além disso, pessoas são contagiosas antes de perceberem sintomas.
2. Coqueluche / Tosse convulsa (R₀ ≈ 12–17)
A coqueluche, causada por Bordetella pertussis, tem alto R₀ em populações sem imunidade. Além de se propagar por gotículas, o período de infectividade pode ser longo, por isso a vacinação e a detecção precoce são cruciais para controlar surto.
3. Varicela (catapora) (R₀ ≈ 10–12)
A varicela (vírus varicela-zoster) espalha-se facilmente por contato direto, gotículas e até por contato com fluidos das lesões (e, em parte, por aerossóis). Em populações não vacinadas um único caso pode transmitir a dezenas de pessoas; a vacina reduz muito essa cadeia.
4. COVID-19 (dependendo da variante, R₀ variável — algumas estimativas de 2 até >10 para variantes muito transmissíveis)
O SARS-CoV-2 teve estimativas iniciais baixas (≈1,4–2,5), mas variantes posteriores (Delta, Omicron e sublinhagens) elevaram drasticamente transmissibilidade em muitos contextos.
Daí a grande variação de R₀ conforme variante, comportamento social e imunidade da população. Máscaras, ventilação, testes e vacinação/booster continuam sendo medidas centrais.
5. Norovírus (R₀ variável; estimativas de surtos apontam para valores que podem chegar até ~7)
Embora não tenha o R₀ extremo do sarampo, o norovírus se espalha com enorme rapidez em ambientes fechados (navios, creches, escolas, hospitais) por via fecal-oral e por fômites.
A baixa dose infectante e a resistência do vírus no ambiente tornam os surtos explosivos. Higiene das mãos, limpeza de superfícies e isolamento de doentes são medidas-chave.
Estimativas de R₀ variam por estudo, local e época. O número depende da população (imunidade prévia, comportamento de contato) e da variante do agente infeccioso. R₀ é uma medida teórica. Em cidades com alta vacinação ou medidas de controle, o número efetivo de reprodução (Rₑ ou Rₜ) cai muito.
Doenças pouco contagiosas (por exemplo, Ebola) podem ser extremamente letais; já doenças muito contagiosas (sarampo, varicela) costumam ser preveníveis por vacina. Portanto, a densidade populacional, higiene, ventilação, acesso à saúde e vacinas mudam completamente o risco real importam.
A vacinação é a principal medida para sarampo, coqueluche, varicela e reduzir gravidade da COVID-19. A higiene das mãos e limpeza de superfícies é importante contra norovírus e fômites. Máscaras e ventilação ajudam em ambientes fechados durante surtos respiratórios.
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