Moradores do condomínio Solar de Brasília, localizado na região do Jardim Botânico, em Brasília, têm expressado forte insatisfação com o barulho e os transtornos causados pela presença constante de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que se concentram na área desde que o ex-presidente passou a cumprir prisão domiciliar.

As reclamações foram registradas em um grupo de WhatsApp intitulado “Assuntos Gerais Solar BSB” e divulgadas pelo jornal O Tempo. Nas mensagens, os vizinhos relataram engarrafamentos, buzinaços e presença constante de viaturas policiais, além de temerem a instalação de acampamentos bolsonaristas nas proximidades da residência.

“Tá uma loucura aqui fora!! Quero chegar em casa. Buzinaço, polícia, corneta, um inferno”, desabafou um morador no grupo. Outro respondeu: “Eu só quero chegar em casa. O trânsito não anda”.

Entre os comentários, houve ainda quem ironizasse a situação sugerindo que Bolsonaro fosse transferido para o presídio da Papuda: “Ele vai pra lá mesmo, não é? Ao menos dá logo sossego pra gente e pra mais 200 milhões”, escreveu um integrante do grupo.

Diante das queixas, o síndico do condomínio enviou uma mensagem lembrando que o grupo deve se restringir a temas como convivência entre vizinhos, problemas com animais e assuntos da rotina do condomínio.

Ele reforçou que discussões políticas e ofensas não são permitidas. Em tom irônico, um morador respondeu dizendo que o tema poderia se encaixar em “problemas enfrentados na sua quadra com animais”.

Quem paga o aluguel da casa de Bolsonaro?

A residência onde Bolsonaro vive é alugada e custeada pelo PL, partido do qual ele é presidente de honra. O imóvel fica a cerca de 10 quilômetros do Congresso Nacional, trajeto que pode ser feito em 20 minutos, dependendo do tráfego. A região é conhecida por abrigar condomínios de alto padrão.

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última segunda-feira, 4, após o ex-presidente descumprir medidas cautelares impostas pela Corte.

Segundo Moraes, Bolsonaro “ignorou e desrespeitou” o STF ao participar por telefone de um ato político realizado no último domingo, 3, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, em que seus apoiadores pediam anistia e criticavam o Judiciário.

O vídeo com a fala de Bolsonaro foi publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) nas redes sociais, mas acabou deletado pouco tempo depois. No registro, o ex-presidente afirma que a manifestação era “pela nossa liberdade, pelo nosso futuro e pelo Brasil”.

Apesar da exclusão do vídeo, ministros do Supremo entenderam que a ação poderia configurar violação das restrições impostas a Bolsonaro.

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