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A eleição de Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC), para a Presidência da Bolívia, neste domingo, 19, representa uma guinada histórica no cenário político do país e reacende o avanço da direita na América do Sul. O novo presidente assumirá o comando do país em novembro, encerrando quase duas décadas de governos de esquerda.

Com pouco mais de 54% dos votos no segundo turno, Paz venceu com a promessa de adotar um modelo de “capitalismo para todos”, focado na desburocratização do Estado e no estímulo à iniciativa privada. Sua eleição ocorre em meio a uma grave crise econômica, marcada pela escassez de dólares, alta da inflação e insatisfação popular com o desempenho das gestões anteriores.

A chegada de Paz ao poder reflete um movimento político mais amplo na região, em que forças conservadoras voltam a conquistar espaço. A Bolívia se junta a Argentina, Equador, Paraguai e Peru como os cinco países sul-americanos atualmente governados por líderes de direita ou centro-direita.

Com isso, o mapa político do continente fica dividido da seguinte forma:

Governos de esquerda

  • Brasil — Luiz Inácio Lula da Silva
  • Chile — Gabriel Boric
  • Colômbia — Gustavo Petro
  • Guiana — Irfaan Ali
  • Suriname — Jennifer Simons
  • Uruguai — Yamandú Orsi
  • Venezuela — Nicolás Maduro

Governos de direita ou centro-direita

  • Argentina — Javier Milei
  • Bolívia — Rodrigo Paz Pereira
  • Equador — Daniel Noboa
  • Paraguai — Santiago Peña
  • Peru — José Neri

Rodrigo Paz promete romper com o modelo estatista implementado por Evo Morales e mantido por Luis Arce, ambos do Movimento ao Socialismo (MAS). O presidente eleito afirmou que sua prioridade será atrair investimentos estrangeiros, reformar a economia e restaurar a confiança do mercado.

O resultado eleitoral foi interpretado como um sinal de cansaço da população com as promessas não cumpridas da esquerda e de desejo por estabilidade econômica. Analistas avaliam que o país poderá experimentar um novo ciclo de liberalização econômica, com possíveis aproximações com os Estados Unidos e governos conservadores da região.

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