Vitória de Rodrigo Paz na Bolívia muda mapa político da América do Sul
20 outubro 2025 às 18h49

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A eleição de Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC), para a Presidência da Bolívia, neste domingo, 19, representa uma guinada histórica no cenário político do país e reacende o avanço da direita na América do Sul. O novo presidente assumirá o comando do país em novembro, encerrando quase duas décadas de governos de esquerda.
Com pouco mais de 54% dos votos no segundo turno, Paz venceu com a promessa de adotar um modelo de “capitalismo para todos”, focado na desburocratização do Estado e no estímulo à iniciativa privada. Sua eleição ocorre em meio a uma grave crise econômica, marcada pela escassez de dólares, alta da inflação e insatisfação popular com o desempenho das gestões anteriores.
A chegada de Paz ao poder reflete um movimento político mais amplo na região, em que forças conservadoras voltam a conquistar espaço. A Bolívia se junta a Argentina, Equador, Paraguai e Peru como os cinco países sul-americanos atualmente governados por líderes de direita ou centro-direita.
Com isso, o mapa político do continente fica dividido da seguinte forma:
Governos de esquerda
- Brasil — Luiz Inácio Lula da Silva
- Chile — Gabriel Boric
- Colômbia — Gustavo Petro
- Guiana — Irfaan Ali
- Suriname — Jennifer Simons
- Uruguai — Yamandú Orsi
- Venezuela — Nicolás Maduro
Governos de direita ou centro-direita
- Argentina — Javier Milei
- Bolívia — Rodrigo Paz Pereira
- Equador — Daniel Noboa
- Paraguai — Santiago Peña
- Peru — José Neri
Rodrigo Paz promete romper com o modelo estatista implementado por Evo Morales e mantido por Luis Arce, ambos do Movimento ao Socialismo (MAS). O presidente eleito afirmou que sua prioridade será atrair investimentos estrangeiros, reformar a economia e restaurar a confiança do mercado.
O resultado eleitoral foi interpretado como um sinal de cansaço da população com as promessas não cumpridas da esquerda e de desejo por estabilidade econômica. Analistas avaliam que o país poderá experimentar um novo ciclo de liberalização econômica, com possíveis aproximações com os Estados Unidos e governos conservadores da região.
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