Pré-candidato à Prefeitura de Goiânia e deputado federal, Gustavo Gayer (PL) visitou a Câmara Municipal nesta terça-feira, 4. O encontro foi promovido pelo único vereador do PL na Casa, William Veloso. A visita foi marcada pela baixa adesão de vereadores e também por um discurso que os parlamentares consideram frio e que não é característico de um pré-candidato à Prefeitura.

Gayer é o terceiro pré-candidato a visitar o legislativo municipal, mas diferente de Sandro Mabel (UB) e de Adriana Accorsi, desta vez, a adesão de parlamentares foi baixa. Antes da chegada de Gayer, a presença de vereadores no local era baixa, havia apenas sete vereadores no plenário, mas no quórum marcado no painel havia pouco mais de 14, o que permitia a sessão aberta para discussão.

Com a chegada do pré-candidato bolsonarista o número de parlamentares na Casa não aumentou muito, passou de para 14 vereadores no momento em que Gayer usou a tribuna. Em seu discurso, Gayer disse que a capital está passando por um momento de “degradação acelerada” e classificou o momento como decisivo.

Em clima de incerteza, na fala de pouco mais de três minutos, ele não se colocou como futuro prefeito de Goiânia. “Eu não sei quem estará como prefeito no ano que vem e qual será a constituição dos vereadores desta casa, mas eu acho que todos que vivem nessa cidade entendem que está na hora de se doar para essa cidade e colocar interesses pessoais de lado. Pode ser eu, mas qualquer um que seja, eu espero que tenha esse sentimento”, afirmou.

Antes de começar a discursar, Gayer brincou e chamou o seu pré-candidato à vice na chapa, ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), de Braga Neto, então candidato a vice do ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição em que saiu derrotado em 2022. Depois, se referiu a ele como Rogério Cruz, atual prefeito de Goiânia. Também estavam acompanhando o pré-candidato o ex-deputado federal Major Vitor Hugo e o ex-vereador Oséias Varão.

Rodrigues, pré-candidato a vice, também usou a tribuna e foi mais enfático. Ele ressaltou que o PL é o único consolidado e já com uma chapa definida de prefeito e vice e foi mais além. “Todos vocês sabem, e principalmente os vereadores, como a cidade está. Caso nós estejamos no Paço a partir do ano que vem vocês podem ter certeza que a Prefeitura vai estar de portas abertas para você (vereadores) para fazer os seus pedidos, nós teremos uma administração técnica, com cargos técnicos para atender às suas demandas. Nós temos uma cidade para resgatar”, afirmou Rodrigues.

Em seguida, vereadores presentes usaram a palavra para cumprimentar o deputado federal e em seguida, Gayer foi, junto com o presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), para o gabinete da presidência. Acompanharam o grupo assessores e vereadores de outras cidades da região metropolitana além de outros cinco vereadores de Goiânia: Veloso, Sandes Júnior (MDB), Markim Goyá (PRD), Denício Trindade (UB) e Cabo Sena (PRD). No gabinete não houve um momento para se discutir eleições ou articulação com os vereadores

Deputado federal Gustavo Gayer no gabinete da presidência da Câmara de Goiânia acompanhado do presidente Romário Policarpo, pré-candidato a vice do PL, Fred Rodrigues, ex-deputado federal Major Vitor Hugo, vereador William Veloso e o ex-vereador Oséias Varão

Vereadores avaliaram, sob reserva, que o discurso de Gayer não foi de um pré-candidato à Prefeitura de Goiânia. Outro parlamentar ouvido pela reportagem afirmou que Rodrigues teve muito mais postura de candidato na tribuna. “É inevitável ele vir aqui e a gente não comparar a visita dele com as visitas do (Sandro) Mabel e da Adriana (Accorsi)”.

Os pré-candidatos do União Brasil e do PT conseguiram organizar uma longa conversa com os parlamentares no gabinete da presidência. Eles levaram 17 e 15 parlamentares, respectivamente, no gabinete para falar de propostas para a cidade e sobre a relação entre o Paço e a Câmara Municipal. Gayer lanchou, tirou foto com alguns apoiadores e com vereadores presentes e foi embora. O deputado já havia comentado que teria compromissos em Brasília.

Imprensa

Antes da chegada de Gayer no plenário da Câmara, integrantes da Guarda Civil Metropolitana, que fazem a segurança da Casa, direcionaram a imprensa para dentro de um espaço cercado, o que não é comum durante as sessões. Os profissionais não puderam, tanto de veículos de comunicação quanto assessores de imprensa dos vereadores – ter acesso ao plenário – como é de costume.

Em grupos, circulou a informação que havia sido um pedido de Gayer para Câmara, mas a informação não se confirmou. Assessores da presidência afirmaram à reportagem que não tinham conhecimento da orientação. Agentes da GCM deram diversas explicações para restringir o acesso da imprensa, uma delas era porque os profissionais não estavam com traje social, porém as vestimentas não são exigidas para os profissionais de imprensa nem de assessores. 

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