Veja qual é a série favorita de cada repórter do Jornal Opção

24 junho 2025 às 11h43

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Bárbara Noleto: Doctor Who
Uma das séries de ficção científica mais famosas do mundo, Doctor Who foi criada pela BBC em 1963 e já conta com mais de 870 episódios divididos em 40 temporadas. A história gira em torno do Doutor, um alienígena do planeta Gallifrey que viaja pelo tempo e espaço em uma nave chamada TARDIS. Por fora, ela parece uma simples cabine de polícia azul, mas por dentro é muito maior.
Doctor Who mistura aventura, humor, drama e crítica social, abordando temas como amizade, identidade, ciência, escolhas difíceis e o impacto de cada pequena ação no universo. A série se reinventa o tempo todo, conquista públicos de todas as idades e tem uma base de fãs fiel espalhada pelo mundo. Muito do seu sucesso vem da mensagem central: mesmo em tempos difíceis, sempre é possível escolher a bondade. Pelo seu formato criativo e pelas viagens malucas no tempo e espaço, Doctor Who influenciou várias produções que vieram depois, como Black Mirror, Westworld e até Rick and Morty.
Bárbara Ferreira: A Grande Família
A Grande Família é uma série de televisão brasileira de comédia produzida e exibida pela TV Globo. Teve 14 temporadas, de 2001 a 2014. Tipicamente brasileira, a família Silva mora em um subúrbio na Zona Norte do Rio de Janeiro, convive com suas diferenças e ajuda uns aos outros a contornar as situações mais inusitadas.
A produção brasileira de sitcoms é superior a qualquer produção americana. O humor brasileiro é mais engraçado e “A Grande Família”, uma das minhas preferidas, é prova disso. Com uma dose de crítica social, a série acolhe que nem família. A casa brasileira é parecida com a deles, nos identificamos nos problemas, nas brigas e no amor. Disponível gratuitamente no GloboPlay – não precisa ser assinante -, a série se mantém atual e hilária.
Bonny Fonseca: The Midnight Gospel

Esta animação adulta criada por Pendleton Ward e Duncan Trussell mistura entrevistas filosóficas com visuais caóticos, abordando temas como morte, espiritualidade, drogas e perdão. O protagonista, Clancy, viaja por mundos em colapso com uma máquina de simulação para gravar seu podcast. O contraste entre os diálogos profundos e as imagens absurdas é provocador.
Apesar da estética infantil, a produção é carregada de violência, sexualidade e escatologia. A proposta é desconfortar e fazer pensar, provocando o espectador com reflexões existenciais em meio ao caos visual. The Midnight Gospel não é fácil, mas oferece uma experiência sensorial única. É uma viagem intensa sobre o sentido da vida — ou a falta dele.
Guilherme Alves: Mr. Robot
A série tem conspiração, drama, suspense. O protagonista não é necessariamente um herói, ele é quebrado, mas ainda assim acaba ajudando as pessoas de alguma forma. Na fotografia de Mr. Robot, os personagens por vezes são posicionados de forma assimétrica no quadro, transmitindo uma sensação de desconexão. A colorização aposta em tons frios, com destaque para o azul, o que reforça a atmosfera sombria e opressiva da série. Além disso, a iluminação é frequentemente baixa, com forte presença de sombras, criando um visual denso que intensifica o clima de tensão ao longo da narrativa.

Giovanna Campos: Black Mirror
A série criada por Charlie Brooker, é conhecida por retratar distopias tecnológicas assustadoramente próximas da realidade. O episódio que abre a sétima temporada, Common People, retorna às raízes mais críticas da antologia ao contar a história de Amanda e Mike, um casal comum que recorre a um implante cerebral para salvar a vida dela. Inicialmente apresentado como solução acessível, o dispositivo logo revela seu verdadeiro custo: Amanda se torna, sem saber, um canal vivo de publicidade, e a única forma de recuperar sua autonomia seria pagar um valor ainda mais alto. A trama reflete a lógica de dependência imposta por grandes empresas de tecnologia e critica a naturalização da invasão de privacidade, do controle algorítmico e da monetização da existência humana.
Mais do que um enredo de ficção científica, o episódio serve como metáfora sobre os perigos atuais da digitalização extrema da vida, da precarização dos serviços básicos e da ausência de regulação sobre tecnologias emergentes como os neuroimplantes. Ao provocar desconforto com situações absurdas que parecem cada vez mais reais, Common People reforça o papel de Black Mirror como um espelho sombrio da sociedade contemporânea — e nos convida a refletir sobre a urgência de debater temas como os neurodireitos, o acesso justo à tecnologia e os limites éticos entre inovação e exploração.

Gustavo Soares: Pico da Neblina
A série “Pico da Neblina”, da HBO Max, retrata um Brasil fictício onde a maconha foi legalizada. A trama acompanha Biriba (Luis Navarro), um jovem ex-traficante de São Paulo que tenta recomeçar a vida como empresário no mercado legal da cannabis, ao lado do sócio inexperiente Vini (Daniel Furlan). A série explora os desafios dessa transição, os conflitos com antigos parceiros do crime e o impacto social da legalização em um país ainda marcado por desigualdades e preconceitos.
Na segunda temporada, com episódios semanais na plataforma, Biriba enfrenta um novo inimigo: CD (Dexter), líder do tráfico que assume o controle de sua loja e ameaça sua família. Para reagir, o protagonista se une a antigos aliados numa tentativa de retomar sua vida. A série aprofunda temas como racismo estrutural e exclusão social. Nos bastidores, a atriz Leilah Moreno, que interpreta Kelly, passou a investir em cosméticos à base de cannabis na vida real, enquanto Henrique Santana (Salim) destaca a importância da equipe diversa na produção, com profissionais negros em diferentes áreas técnicas e criativas.
João Reynol: Missa da Meia Noite
Produção da Netflix, a série retrata uma vila insular pacata que é afetada com a chegada de um padre misterioso e o começo de eventos sobrenaturais. Transmitida em 2021, a minissérie retrata a influência da religião e do fanatismo nas divisões sociais sobre as comunidades com um olhar da ficção fantasia sombria.
Júnior Kamenach: Breaking Bad
Breaking Bad é uma série aclamada que acompanha a transformação de Walter White, um professor de química que vira fabricante de metanfetamina após um diagnóstico de câncer. Com trama intensa e personagens complexos, a série explora moralidade, ambição e decadência. Ao lado de Jesse Pinkman, Walter mergulha cada vez mais no mundo do crime.
Luan Monteiro: It’s always sunny in Philadelphia

Com humor ácido desde o primeiro episódio, que se chama “Como a gangue se tornou racista”, a série é ácida e crítica, sempre fugindo do convencional. Hoje, It’s Always Sunny é a série de comédia há mais tempo no ar por um motivo. Desde o Episódio 1, leva as críticas ao ridículo. O humor, que vai de personagens usando crack para conseguir auxílio do governo a personagens queimando um apartamento cheio de pessoas para evitar confusões, é o suficiente para classificá-la como a melhor comédia da década.
Raphael Bezerra: How I Meet Your Mother
Cheia de referência de filmes e da cultura pop dos anos 1980, 1990 e 2000, How I Meet Your Mother permanece muito mais moderna e atualizada do que Friends, por exemplo. É também muito mais engraçada. Barney Stinson é um personagem complexo, por vezes, difícil de engolir, mas único. Um espetáculo a parte.
A série conta a trajetória de Ted Mosby, dos 20 e poucos até os 30 e poucos, quando conhece a mãe dos seus filhos. Ele narra histórias de amores, de quase amores, do luto dos amigos, dramas e uma rede de amizade e família que lidamos em momentos singulares.
Tathyane Melo: A Roda do Tempo
A Roda do Tempo vai além de uma fantasia, a série faz uma narrativa sobre as camadas invisíveis da vida, sobre como cada escolha tece um fio no grande tecido do destino. A série, baseada na obra de Robert Jordan, mergulha na complexidade das relações humanas, nas diferenças de criação, cultura e principalmente na forma como homens e mulheres lidam com o poder – cada um com suas virtudes e falhas, sem vencedores absolutos.
Rosamund Pike, entrega uma performance de rara contenção emocional. Sua Moiraine é uma mulher poderosa, mas que carrega o peso de decisões que não têm respostas certas. A cada olhar, a atriz transmite a tensão de quem sabe que está jogando com o futuro do mundo, mas ainda assim precisa manter o rosto impassível diante dos cinco jovens que ela conduz, cada um carregando medos, traumas e potenciais que nem eles mesmos compreendem.
