Vanderlan diz que situação de Messias, escolhido de Lula ao STF, “se complicou” após decisão de Gilmar Mendes
04 dezembro 2025 às 14h45

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A situação de Jorge Messias, o escolhido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ter ficado mais difícil após uma decisão recente do ministro Gilmar Mendes que determina que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode pedir o impeachment de ministros.
A avaliação é do senador Vanderlan Cardoso (PSD), que será um dos sabatinadores de Messias. Apesar de não divulgar seu voto, o parlamentar insinuou que o indicado do presidente da República pode encontrar ainda mais dificuldade para sua aprovação no Senado.
“A situação dele se complicou. Já não estava boa, mas agora piorou”, disse.
O Senado Federal é a casa responsável por sabatinar e dar o aval ao indicado do presidente do Brasil para vagas abertas no STF. Com a aposentadoria de Roberto Barroso, Lula decidiu por indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, um aliado de longa data e pessoa de confiança.
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Messias, inclusive, ganhou notoriedade durante a Operação Lava Jato, quando foi citado por Dilma Rousseff como o “Bessias” em um grampo ilegal vazado.
Acontece que, desde a abertura da vaga, senadores demonstraram descontentamento com a possibilidade da indicação de Messias, uma vez que havia um nome do próprio Senado que manifestava interesse na vaga: Rodrigo Pacheco.
Em meio às pressões, Lula decidiu ir com o nome de seu ministro da Advocacia-Geral da União e, pela primeira vez, há o risco real de um indicado do presidente da República ser barrado no Senado.
Para Vanderlan Cardoso, com a decisão de Gilmar Mendes que suspende trecho da lei que previa a prerrogativa de pedir impeachment de ministro do STF para qualquer cidadão brasileiro, e, além disso, determina que a aprovação do processo pelo Senado exija dois terços dos votos, e não mais maioria simples, o clima pode azedar ainda mais.
Entre a “cruz e a espada”, Messias agora terá que se posicionar em defesa da decisão de Gilmar, tomando partido do STF, ou manter sua defesa do Senado – posição manifestada na última quarta-feira, 3, quando pediu a Gilmar Mendes para reconsiderar a decisão proferida.
