Vacinação contra Covid-19 em Manaus é suspensa após suspeita de irregularidades
21 janeiro 2021 às 16h28

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MP investiga se pessoas de grupos não prioritários “furaram fila” na ordem de vacinação. Campanha deve voltar na sexta-feira, dia 22

A vacinação contra a Covid-19 em Manaus foi suspensa nesta quinta-feira, 21, após denúncias de irregularidades na ordem de aplicação do imunizante na capital amazonense. No momento, apenas funcionários do Samu seguem recebendo o imunizante e as imunizações devem se reestabelecer na sexta-feira, 22.
A principal acusação sobre irregularidades na vacinação em Manaus envolve as médicas Gabrielle Kirk Lins e Isabbele Kirk Lins, vacinadas neste primeiro dia de imunização. A família das médicas é dona de hospitais e universidades particulares em Manaus, entre outros negócios.
Em nota, a prefeitura informou que “não há nenhuma irregularidade, uma vez que se encontram nomeadas e atuando legitimamente no plantão da unidade de saúde, para a qual foram designadas, em razão da urgência e exceção sanitárias, estabelecidas nos primeiros 15 dias da nova gestão”. Ainda assim, o Ministério Público local vai investigar as denúncias.
Outra dificuldade vivida pelo Amazonas é o número de doses recebidas. O governo do estado informou, na segunda-feira, 18, que recebeu 256 mil doses da CoronaVac. Depois, ele corrigiu a informação e informou que o total recebido foi de 282 mil vacinas. Dessas, somente 221 mil foram distribuídas entre as cidades, incluindo a capital. O governo não informou o que ocorreu com as demais 60.727 doses que sobraram.
Campanha de vacinação
Segundo o governo do Amazonas, a suspensão da vacinação ocorre para replanejamento da campanha. O objetivo agora é discutir os critérios que definirão quais profissionais de saúde e de quais unidades têm prioridade para receber as primeiras doses, já que a quantidade de vacinas disponibilizadas pelo governo federal é insuficiente.
A suspensão da campanha foi definida pelas secretarias de Saúde de Manaus e do Amazonas, após uma reunião na noite de quarta-feira, 20. Participaram do encontro representantes do Ministério Público Estadual, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública Estadual, da Defensoria Pública da União e do Ministério Público do Trabalho.
Foi definido que devem ser priorizados os profissionais mais expostos ao coronavírus e que trabalhem em unidades de referência de média e alta complexidade, que tenham contato direto com pacientes com Covid, considerando também comorbidades e idade. Foi definido, ainda, que será garantida a segunda dose para os profissionais que já foram vacinados até o dia 20 de janeiro.
[Esta matéria conta com informações do Portal G1]