O setor registra um pequeno crescimento de 0,6%. Mas é um percentual que deve ser muito comemorado

Em meio toda crise gerada pelo coronavírus, o agronegócio parece ser um oásis. O setor é o único a registrar alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2019, segundo divulgou nesta sexta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O setor registra um pequeno crescimento de 0,6%. Mas é um percentual que deve ser muito comemorado. Impulsionado pela safra da soja  com perspectiva de recorde para esse ano. Frente aos demais setores da economia, indústria e serviços, tiveram uma queda significativa, por conta da pandemia e das medidas de isolamento que obrigou parte destes setores a fecharem as portas.

O bom momento do setor agropecuário é bom o Goiás, pois garante a entrada de recursos, sejam para o setor público ou privado. O Coordenador Institucional  do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG) Leonardo Machado, aponta que somando o preço bom para os produtos, a exportação em evolução e o aumento da produção agrícola, fortalece muito o Estado. “Tudo isso faz com que o Estado seja altamente beneficiado, pois trazem  divisas para a administração”, aponta.

Segundo Leonardo Machado, os produtores estão animados com o resultados e isso é um incentivo para que o ritmo seja mantido. “Principalmente nas cadeias que tem bom volume exportado, por exemplo soja. Esses produtores já negociaram 30% da produção que ainda vai ser plantada. Isso mostra otimismo, que se reflete na produção”, diz.

Não pode parar

O motivo para que, mesmo durante toda crise gerada pela pandemia, o agronegócio apresentasse crescimento é o consumo de alimentos, que não para. “É essencial para toda sociedade e sendo assim não sofreu a recessão ou perda de trabalho como comércio e indústria”, demonstra Leonardo Machado. 

Outro ponto apresentado é que países que saíram mais cedo do isolamento, como China e outros da União Europeia, tem importado alimentos para repor estoques “As exportações tem avançado, tanto nos grãos quando na proteína animal, como carne suína e bovina”, aponta o coordenador do IFAG. Ele ainda aponta que a alta na cotação do dólar contribuiu. “O câmbio favoreceu muito nas produções cotáveis. Temos sido favorecido por isso”, diz.

PIB

O desempenho do Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro no 1º trimestre de 2020 ocupa o 23º lugar dentro do ranking com 44 países, elaborado pela Austing Rating. A lista traz os resultados das maiores economias do mundo.

A comparação leva em conta a queda de 0,3% da economia no 1º trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse resultado está acima de países como Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Portugal e China.

Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:

Serviços: -1,6% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2016)

Agropecuária: 0,6%

Indústria: -1,4% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2018), quando foi -0,4%

Indústria extrativa: -3,2%

Construção civil: -2,4%

Consumo das famílias: -2% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2016)

Consumo do governo: 0,2%

Investimentos: 3,1% (reverteu queda de 2,7% no trimestre anterior)

Exportação: -0,9%

Importação: 2,8%