Único setor em alta no PIB, agronegócio reforça cenário econômico em Goiás
29 maio 2020 às 18h26

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O setor registra um pequeno crescimento de 0,6%. Mas é um percentual que deve ser muito comemorado

Em meio toda crise gerada pelo coronavírus, o agronegócio parece ser um oásis. O setor é o único a registrar alta no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no 1º trimestre, na comparação com os 3 últimos meses de 2019, segundo divulgou nesta sexta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor registra um pequeno crescimento de 0,6%. Mas é um percentual que deve ser muito comemorado. Impulsionado pela safra da soja com perspectiva de recorde para esse ano. Frente aos demais setores da economia, indústria e serviços, tiveram uma queda significativa, por conta da pandemia e das medidas de isolamento que obrigou parte destes setores a fecharem as portas.
O bom momento do setor agropecuário é bom o Goiás, pois garante a entrada de recursos, sejam para o setor público ou privado. O Coordenador Institucional do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG) Leonardo Machado, aponta que somando o preço bom para os produtos, a exportação em evolução e o aumento da produção agrícola, fortalece muito o Estado. “Tudo isso faz com que o Estado seja altamente beneficiado, pois trazem divisas para a administração”, aponta.
Segundo Leonardo Machado, os produtores estão animados com o resultados e isso é um incentivo para que o ritmo seja mantido. “Principalmente nas cadeias que tem bom volume exportado, por exemplo soja. Esses produtores já negociaram 30% da produção que ainda vai ser plantada. Isso mostra otimismo, que se reflete na produção”, diz.
Não pode parar
O motivo para que, mesmo durante toda crise gerada pela pandemia, o agronegócio apresentasse crescimento é o consumo de alimentos, que não para. “É essencial para toda sociedade e sendo assim não sofreu a recessão ou perda de trabalho como comércio e indústria”, demonstra Leonardo Machado.
Outro ponto apresentado é que países que saíram mais cedo do isolamento, como China e outros da União Europeia, tem importado alimentos para repor estoques “As exportações tem avançado, tanto nos grãos quando na proteína animal, como carne suína e bovina”, aponta o coordenador do IFAG. Ele ainda aponta que a alta na cotação do dólar contribuiu. “O câmbio favoreceu muito nas produções cotáveis. Temos sido favorecido por isso”, diz.
PIB
O desempenho do Produto Interno Bruno (PIB) brasileiro no 1º trimestre de 2020 ocupa o 23º lugar dentro do ranking com 44 países, elaborado pela Austing Rating. A lista traz os resultados das maiores economias do mundo.
A comparação leva em conta a queda de 0,3% da economia no 1º trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse resultado está acima de países como Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha, Portugal e China.
Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:
Serviços: -1,6% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2016)
Agropecuária: 0,6%
Indústria: -1,4% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2018), quando foi -0,4%
Indústria extrativa: -3,2%
Construção civil: -2,4%
Consumo das famílias: -2% (1ª queda desde o 4º trimestre de 2016)
Consumo do governo: 0,2%
Investimentos: 3,1% (reverteu queda de 2,7% no trimestre anterior)
Exportação: -0,9%
Importação: 2,8%
