A empreitada do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de sobretaxar produtos importados de diversos países rendeu sete acordos comerciais. Anunciadas desde o começo deste segundo mandato, as medidas devem começar a ser aplicadas a partir desta sexta-feira, 1º de agosto. Entre as nações que aceitaram negociar o tarifaço estão Japão, Vietnã, Indonésia, Filipinas, China, Reino Unido e a União Europeia. O Brasil tenta avançar com as negociações.

Último a entrar no hall de países que concluíram as negociações, a União Europeia comprará US$ 750 bilhões em energia dos EUA, além de realizar investimentos superiores a US$ 600 bilhões em outros produtos. A negociação inclui ainda a compra de equipamentos militares norte-americanos por parte do bloco.

Apesar disso, os produtos exportados pela UE aos EUA terão uma tarifa de 15%, vista como uma derrota para o bloco. A alegação do presidente norte americano é que o déficit comercial de mercadorias chegou a US$ 235 bilhões. Por outro lado, os europeus apontam que há superávit americano em serviços.

China

Já em relação à China, a tarifa mútua de 145% foi extinta e substituída por uma cobrança de 30%. O país asiático deverá fornecer todos os imãs e terras raras necessários, enquanto o EUA manterá o acesso de estudantes nas universidades do país. Os chineses cobrarão uma taxa de 10% nos produtos americanos.

O Japão obteve uma redução de 25% para 15% em troca de US$ 550 bilhões em investimento nos setores norte-americanos, como produtos de energia, semicondutores, agricultura e defesa. 90% dos lucros ficarão nas mãos dos americanos.

O país também concordou em aumentar em 75% as importações de arroz para os EUA, e comprar US$ 8 bilhões em produtos agrícolas. Além disso, os japoneses também devem adquirir 100 aeronaves da Boing.

Um dos poucos países com superávit em relação aos EUA, o Reino Unido se comprometeu em eliminar barreiras comerciais que limitavam a entrada de produtos norte-americanos, mas foi taxado em 10%. O governo americano acordou, no entanto, que as taxas sobre aço e alumínio britânico caso o país cumpra cotas de importação. O setor automotivo terá uma redução de 10% para os primeiros 100 mil veículos vindos do Reino Unido e 25% para importações adicionais.

O Vietnã conseguiu uma das maiores redução, saindo de 46% para 20%, mas extinguiu todas as tarifas para produtos norte-americanos.

Outro país asiático que firmou a redução das tarifas foi a Indonésia, que saiu de 32% para 19%. Em troca, o governo indonésio prometeu cortar 99% de todas as barreiras alfandegárias aos produtos dos EUA, com isenção para produtos agrícolas, automotivos e setores industriais.

Por fim, a Filipinas reduziu as tarifas de 20% para 19%. O governo de Ferdinand Marcos aumentará importações de soja e medicamentos norte-americanos, além de cortar todos os impostos a produtos vindos dos EUA.

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