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*Esta matéria foi atualizada

Foi publicado, nesta segunda-feira, 19, o edital do leilão da Companhia Celg de Participações, a CelgPar. A venda pública ficou pré-agendada para o dia 30 de setembro deste ano, na B3, em São Paulo. Na ocasião, serão leiloados os quatro lotes de participações acionárias da empresa. O valor mínimo das ofertas pela totalidade dos lotes foi estabelecido em R$ 193,9 milhões.

Aprovado pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) ainda em 2023, o processo de privatização da CelgPar teve início ainda em 2023. A empresa de economia mista tem como principal acionista o governo de Goiás – que detém 99,90% das ações – e tornou-se a última das Celgs ainda em poder do Estado, após a venda de suas subsidiárias Celg Distribuição (Celg-D) e Celg Transmissão (Celg-T).

Em setembro, conforme edital e comunicado ao mercado assinado pelo vice-presidente Gustavo Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, serão leiloados 100% das ações de emissão da Firminópolis Transmissão S.A. e 100% das ações de emissão da Lago Azul Transmissão S.A., pelo preço mínimo de R$ 62,1 milhões – ações correspondentes ao Lote A.

Leia também: Gustavo Mendanha assume vice-presidência da CelgPar

No Lote B, serão leiloados 49% das ações de emissão da Pantanal Transmissão S.A., pelo preço mínimo de R$ 31,1 milhões. Já no Lote C, serão vendidas 20% das ações de emissão da Energética Fazenda Velha S.A., pelo preço mínimo de R$ 8,7 milhões.

Por fim, no Lote D, serão leiloados 37,5% das ações de emissão da Energética Corumbá III S.A., pelo preço mínimo de R$ 91,8 milhões.

Desestatização

Conforme apurado pelo Jornal Opção em março deste ano, avalia-se na cúpula da CelgPar um valor de ao menos R$ 400 milhões pela empresa em sua totalidade. O montante de R$ 193,9 milhões definidos ao final, no entanto, é referente apenas aos ativos da empresa que estão indo a leilão.

Quando os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei que autorizava o Executivo goiano a promover medidas de desestatização, em 2023, o governo de Goiás, autor do projeto, defendeu que a “iniciativa privada demonstrou ser uma alternativa forte e capitalizada para os investimentos nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia, e esse fato tende a reduzir a participação do Estado como investidor no setor elétrico”.

O argumento oficial é de que a desestatização da CelgPar trará melhoria da infraestrutura e da transmissão de energia elétrica, além de benefícios financeiros ao Estado de Goiás, com redução da dívida pública e contribuição para a reestruturação econômica e para a possibilidade de concentração dos recursos da administração pública em áreas prioritárias, como educação e saúde.