UFG leva à COP30 projeto que conecta universidade, agricultura familiar e sustentabilidade

O Programa Nacional de Formação em Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para Assentamentos de Reforma Agrária e Contribuições para a Agenda 2030 (Profor-EXT) – realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) – será um dos que terão maior espaço para discussões dentro da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). O programa é coordenado nacionalmente pela professora Graciella Corciolli, da Escola de Agronomia da UFG.

Em entrevista exclusiva ao Jornal Opção, a coordenadora do Profor-EXT, Graciella Corciolli, explicou que o programa envolve a comunidade universitária e agricultores familiares. O objetivo é melhorar a produção de alimentos e promover uma agricultura mais sustentável. “Por meio da transição agroecológica, é possível mitigar os efeitos das mudanças climáticas na produção agrícola. Entendemos que a assistência técnica e a extensão rural, atualmente, são um dos gargalos para a transformação da agricultura familiar”, complementa.

Graciella Corciolli destaca ainda que, embora existam diversas políticas públicas, sem assistência técnica e extensão rural não é possível atingir efetivamente os agricultores familiares. O programa foi idealizado em 2023 como um projeto-piloto da UFG, mas o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) solicitou sua ampliação para outras regiões do país. “No primeiro momento, éramos 16 instituições de ensino em 11 estados brasileiros, com aproximadamente 200 bolsistas atendendo mais de 6 mil famílias em todo o Brasil.”

Atualmente, o programa foi ampliado para 19 instituições de ensino, atendendo 13 estados e contando com 21 equipes. “Hoje somos mais de 300 bolsistas, atendendo a quase 8 mil famílias nos 13 estados brasileiros. A perspectiva é que o MEC também entre na parceria, para disponibilizar mais recursos e permitir que o programa se expanda para outras instituições de ensino”, afirma a coordenadora do Profor-EXT.

Mais de 500 oficinas, palestras e diversas atividades voltadas aos agricultores familiares já foram realizadas. “Esse programa deu muito certo justamente porque colocou a comunidade universitária — que precisa fazer extensão — em contato direto com o público da agricultura familiar. São assentados da reforma agrária, comunidades quilombolas e indígenas”, finaliza Graciella Corciolli.

Agricultura familiar na COP30

A participação do programa na conferência reforça o papel da extensão rural, da agroecologia e da formação pública na construção de soluções concretas para o enfrentamento das mudanças climáticas. Durante o evento, o programa realizará o lançamento oficial de sua nova marca, Pro-SEMEIA, que representa a continuidade e o amadurecimento do trabalho iniciado pelo Profor-EXT, mantendo o compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento dos territórios rurais.

A comitiva do programa participará de quatro atividades oficiais ao longo da conferência, com eventos no Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares da Universidade Federal do Pará (INEAF/UFPA), na Agri Zone e na Blue Zone — uma das áreas mais exclusivas da COP30, onde ocorrem as negociações diplomáticas e os principais debates internacionais sobre mudanças climáticas. Esses espaços são fundamentais para o diálogo entre ciência, sociedade e formulação de políticas públicas voltadas ao clima e ao campo.

A participação do programa começará no dia 12 de novembro de 2025, às 9h, no INEAF/UFPA, com a oficina “Metodologia participativa das ações realizadas nos territórios atendidos pela equipe INEAF/UFPA Profor-EXT — Programa de Formação de ATER em Assentamentos de Reforma Agrária e Contribuições para a Agenda 2030”, na Sala MAFDS (Sala 15) do prédio do PPGAA. A atividade será conduzida pelo coordenador regional do Profor-EXT na UFPA, professor Daniel Palma Perez Braga.

Nos dias 15 e 17 de novembro, na Agri Zone, o programa fará o lançamento oficial da nova marca Pro-SEMEIA e apresentará as experiências desenvolvidas nos territórios de reforma agrária e comunidades tradicionais, mostrando como a formação de jovens extensionistas e a assistência técnica agroecológica têm contribuído para mitigar impactos ambientais, ampliar a segurança alimentar e fortalecer economias locais.

Para encerrar a participação na COP30, no dia 18 de novembro, o projeto estará presente na Blue Zone, em um momento que representa um marco para a iniciativa e para a extensão universitária brasileira. A presença nesse espaço simboliza o reconhecimento internacional de um trabalho que une ciência, formação e agroecologia como respostas concretas à crise climática.

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