A Universidade Federal de Goiás (UFG) inaugurou nesta terça-feira, 11, às 14h, o Centro de Excelência em Estudos Moleculares, Energia e Petróleo (Cemep), instalado no Parque Tecnológico Samambaia (PTS-UFG). O espaço, criado a partir da expansão do Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas (Lacem) do Instituto de Química, recebeu investimento total de R$ 45 milhões e passa a abrigar equipamentos únicos no país e na América Latina para análises de petróleo, gás e moléculas complexas.

A inauguração do Cemep representa um salto tecnológico para a pesquisa em petróleo, energia e estudos moleculares no Brasil. Coordenado pelo professor Boniek Gontijo, do Instituto de Química da UFG, o centro foi financiado por meio de parceria institucional com a Petrobras, que destinou a maior parte dos recursos para aquisição de instrumentos de altíssima precisão destinados à caracterização avançada de petróleos em nível molecular.

O objetivo é ampliar a capacidade analítica dos projetos já desenvolvidos pelo Lacem/IQ em colaboração com a estatal e fortalecer novos estudos nas áreas de petroleômica, ciência dos materiais, química ambiental, metabolômica, fármacos e forense.

Equipamentos inéditos no Brasil e na América Latina

O destaque do novo centro é o Solarix FTICR 15 Tesla, único equipamento desta capacidade em funcionamento no Brasil. Trata-se de um espectrômetro de massas de ultra-alta resolução, capaz de fornecer informações detalhadas sobre a composição molecular do petróleo, fundamentais para a modelagem de bacias, avaliação de qualidade, previsão de comportamento termodinâmico e redução de riscos em perfurações.

O laboratório já possuía um modelo anterior de 7 Tesla, mas a nova versão multiplica a capacidade de análise e exige infraestrutura específica, devido ao seu campo magnético extremamente intenso.

Outro instrumento incorporado ao Cemep é o IRMS de alta resolução Ultra 253, inédito em toda a América Latina. Voltado à determinação de isótopos agrupados, ele permite identificar parâmetros como a temperatura aparente de formação do metano em reservatórios — informação considerada crítica para a modelagem de bacias sedimentares e para o planejamento operacional de perfurações.

O grupo iniciará aplicações específicas em estudos isotópicos de metano, com potencial de impactar diretamente a indústria de óleo e gás.

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