UFG conta com 15 pesquisadores mais influentes do mundo

03 outubro 2025 às 12h56

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A Universidade Federal de Goiás (UFG) possui 15 pesquisadores entre os mais influentes do mundo. O ranking é elaborado a partir de indicadores padronizados de citações, pela Universidade de Stanford. Esse levantamento foi criado em 2019, pelo professor John P. A. Ioannidis.
No ano passado, a Universidade de Stanford destacou nove pesquisadores da UFG, como os mais influentes. A nova lista com 15 pesquisadores conta com seis do ICB (Instituto de Ciências Biológicas). A avaliação dos indicadores de citação padronizados para autores de ciências considera tanto o impacto acumulado ao longo da carreira quanto o impacto obtido apenas no ano de referência.
O parâmetro central de classificação, denominado c-score, foca no impacto medido por citações, em vez da produtividade bruta baseada apenas no número de artigos. O índice também considera o número de coautores e atribui pesos diferentes conforme a posição ocupada pelo pesquisador em cada publicação (autor único, primeiro autor ou último autor).
Natural de Rio Claro, São Paulo, José Alexandre Felizola é pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da UFG desde 1994. Desenvolve pesquisas em biodiversidade e é membro eleito da Academia Brasileira de Ciências (o único em Goiás). Em 2017 recebi a Ordem do Mérito Científico Nacional (ONMC) da Presidência da República.

Em entrevista para o Jornal Opção disse que é bom ter esse reconhecimento. Porém, entende que é uma consequência de um trabalho em equipe, ao longo de mais de 30 anos. “Nosso grupo de pesquisa foi se ampliando e se consolidando, ganhando destaque internacional. Outra consequência é que o nosso Programa de Pós-Graduação em Ecologia & Evolução possui nota 7 na CAPES, sendo o programa mais avaliado na UFG (nota máxima)”, explica.
Outro pesquisador do ICB é o mineiro, Rogério Bastos. Há 34 anos desenvolve pesquisas, sendo que o foco está na história natural, biologia e comportamento de anfíbios anuros (sapos, rás e pererecas). Disse ao Jornal Opção, se sentir realizado com o reconhecimento da comunidade acadêmica.

Sobre os desafios de ser um pesquisar no Brasil, afirmou que o maior sem dúvidas é o financiamento. “E os desafios são maiores para pesquisadores de ciência básica. Mesmo que alguns artigos que participo, tratem de impactos de agrotóxicos nos anuros, a maioria se relaciona com história natural e Ecologia”, destaca.
“É muito significativo porque demonstra que a produção científica da UFG tem impacto e relevância internacional. Pessoalmente, vejo como reflexo de um trabalho coletivo com alunos, colegas e parceiros. Mais do que um mérito individual, é um sinal da força da ciência brasileira e da sua capacidade de contribuir para soluções globais” disse o pesquisador do ICB, Rafael Loyola.

Rafael é de Minas Gerais e se tornou professor da UFG em 2009. Em entrevista ao Jornal Opção, explicou que os desafios da pesquisa, no Brasil, permanecem praticamente os mesmos há anos. “O primeiro é estrutural: precisamos de financiamento estável e de longo prazo, com uma visão de Estado para a ciência que vá além de ciclos de governo. O segundo é de valorização: reconhecer a ciência como um ativo estratégico — e não um entrave — para o desenvolvimento nacional, aproximando-a de políticas públicas e do setor produtivo. O terceiro é de talentos: criar condições para que jovens pesquisadores encontrem no Brasil oportunidades de carreira e de impacto, sem depender apenas do reconhecimento externo”, conclui.
Lista dos Mais Influentes:
- Carolina Horta Andrade (Fac. Farmácia)
- José Alexandre Felizola Diniz-Filho (Inst. de Ciências Biológicas)
- Luis Maurício Bini (Inst. de Ciências Biológicas)
- Paulo De Marco Júnior (Inst. de Ciências Biológicas),
- Rafael Loyola (Inst. de Ciências Biológicas)
- Rogério Pereira Bastos (Inst. de Ciências Biológicas)
- Thiago F. Rangel (Inst. de Ciências Biológicas)
- Edgardo Latrubesse (PPG em Ciências Ambientais)
- Carlos Estrela (Fac. de Odontologia)
- Cláudio R. Leles (Fac. de Odontologia)
- Weimar Kunz Sebba Barroso de Souza (FM)
- Adolfo Franco Júnior (Instituto de Física)
- Wendell. K.T. Coltro (Inst. de Química)
- Jadson Diogo Pereira Bezerra (IPTSP)
- Bruno Junior Neves (IPTSP)
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