Troca no Ministério da Fazenda não altera relação entre governo goiano e Planalto
22 dezembro 2015 às 11h13

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Substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa pode facilitar execução de ajuste fiscal, avalia Ana Carla Abrão (Sefaz), que ainda espera menor volatilidade no mercado

Com informações de Alexandre Parrode
A secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, participou da posse dos novos ministros da Fazenda e Planejamento, Nelson Barbosa e Valdir Simão, na última segunda-feira (21), em Brasília.
Em entrevista ao Jornal Opção, a economista observa que a troca de comando no Ministério da Fazenda não altera em nada o cenário econômico em Goiás. Especialmente, segundo ela, porque o Estado fez trabalho independente “até certa medida” em 2015.
“Tivemos agenda definida e a perseguimos no âmbito regional. Então, vamos continuar na mesma trilha. Muda mesmo é no âmbito federal. Espero que tenhamos menos volatilidade, isso ajuda. Se Barbosa conseguir acalmar o mercado o Estado estabelece trilha mais estável”, argumentou, dizendo que o Poder Executivo goiano tem boa relação com ambos.
Ana Carla Abrão pontua que desde a última sexta-feira (18) o novo titular da Fazenda indica em todas as falas que pretende manter o ajuste e a política de seu antecessor, Joaquim Levy.
“O que fará diferença é que ele terá apoio integral da presidente Dilma [Rousseff, PT], detalhe de suma importância. Não se faz ajuste fiscal sozinho, é um projeto de governo, falo pela minha própria experiência [no governo estadual], foi abraçado e permitiu resultados corretos, Levy não teve isso”, analisa.
Otimista, Ana Carla Abrão diz ainda que o auxiliar da petista terá mais alinhamento com a base aliada do governo no Congresso Nacional. Porém, ressalta que o desafio está no poder de convencimento de que vai perseguir o ajuste diante dos investidores de mercado.
“Nelson esteve no governo ao longo da construção da nova matriz econômica, tem perfil mais heterodoxo, a margem de manobra é pequena. O receituário [de crise] convergiu a todos.”