O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) concluiu na terça-feira, 9, o julgamento que manteve a elegibilidade do ex-prefeito de Turvânia Fausto Mariano Gonçalves. No entendimento que prevaleceu, apresentado pelo desembargador Laudo Natel Mateus, a corte decidiu também:

  • Reverter a cassação dos mandatos de Jadir Dias Policarpio e Geraldo Vasconcelos Valadares;
  • Retirar a condenação por abuso de poder político e econômico;
  • Manter e ampliar as condenações por práticas proibidas na administração pública, relacionadas a nomeações irregulares.

Apesar disso, aumentou as multas, fixando R$ 53.205,00 para Fausto Mariano; R$ 26.602,05 para Jadir Dias Policarpio; e R$ 26.602,05 para Geraldo Vasconcelos Valadares. Ao final, todos os desembargadores votaram de forma unânime pelo provimento parcial dos recursos.

Após o resultado, Fausto Mariano afirmou ao Jornal Opção que a decisão restabelece sua elegibilidade e reforça sua confiança no sistema eleitoral. O ex-prefeito disse que recebeu a notícia com alívio e satisfação.

“Eu recebo com muita felicidade e com sentimento de dever cumprido, de que nunca fiz algo ilegal, imoral e nunca cometi crime eleitoral. Sempre confiei na Justiça Eleitoral. É um poder de Estado que tem muita significância e sempre agiu com imparcialidade, fazendo valer a lei.”

“Gostaria de parabenizar o trabalho dos meus advogados eleitorais, Alexandre Alencastro Veiga e Anna Vitória Caiado”, completou.

Ex-prefeito também era alvo de CEI

O relatório final da CEI nº 002/2025 da Câmara Municipal de Turvânia concluiu que a gestão do ex-prefeito Fausto Mariano Gonçalves usou de forma sistemática e irregular o mecanismo de pagamento por indenização para evitar licitações e contratos formais entre 2017 e 2024.

A comissão aponta indícios de improbidade administrativa, violação à Lei de Licitações e uso indevido do procedimento para despesas rotineiras, obras e eventos, incluindo pagamentos referentes a um Réveillon que, segundo testemunhas, não ocorreu.

O relatório afirma que os processos investigados repetiam o mesmo parecer jurídico genérico, não apresentavam pesquisa de preços e eram aplicados até em situações sem urgência, contrariando a legislação.

Depoimentos de ex-servidores indicam que Fausto teria determinado pessoalmente o uso das indenizações e pressionado equipes a assinarem documentos sem respaldo técnico. A CEI também cita a atuação de secretários e da ex-primeira-dama em obras e procedimentos.

O ex-secretário de Obras William Silva Barreto admitiu ampliar serviços sem autorização formal. Anteriormente, à reportagem, Fausto Mariano classificou as investigações como “levianas” e com motivação política, negou irregularidades e afirmou que Polícia Civil, Ministério Público e DECARP investigam o caso há oito meses sem apontar qualquer crime contra ele.

Disse ainda que suas contas foram aprovadas pelo TCM e criticou a Câmara por falta de capacidade técnica para investigar. Agora, ele afirma que encerraram o relatório.

“Simplesmente encerraram o relatório e não encontraram uma única suposição, um único indício de envolvimento meu em qualquer ato de corrupção, ilegalidade ou imoralidade. Para Fausto, a investigação teve motivação política:

“A Câmara é uma casa política. Lá tem vereadores de oposição que sonham em ser candidatos a prefeito e queriam me tirar no tapetão, acabar com a minha reputação. Tentaram se basear em achismos e suposições, distorcendo coisas nas redes sociais.”

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