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Levantamento feito a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) revelou um retrato inédito do mercado de trabalho do interior

Foto: Reprodução

Um levantamento feito pelo IBGE revelou que das 5,6 milhões de pessoas em idade de trabalhar (pessoas de 14 anos ou mais), 3,5 milhões (61,9%) estão no interior do estado de Goiás. Na Região Metropolitana de Goiânia, há 2,1 milhões (38,1%) de pessoas em idade de trabalhar, e apenas 1,2 milhão estão na capital. Para chegar a esse recorte territorial, o interior foi considerado como todos os municípios do estado, excluída a região metropolitana, quando existir, e a capital.

Em Goiás, dos 3,7 milhões de pessoas na força de trabalho (são classificadas como na força de trabalho na semana de referência as pessoas ocupadas e as pessoas desocupadas nessa semana), 2,7 milhões (61,2%) estão no interior do estado, 1,4 milhão (38,8%) estão na Região Metropolitana de Goiânia e 829 mil (22,3%) na capital.

Taxa de desocupação em Goiás é maior no interior

As informações do primeiro trimestre de 2019 mostram que o desemprego no interior é menor que nas regiões metropolitanas ou capitais em 22 estados. Entretanto, Goiás está entre os quatro estados que possuem taxa de desocupação maior no interior (12,4%). Na região metropolitana de Goiânia, a taxa de desocupação é 8,0%. Já na capital goiana essa taxa é ainda menor, 7,2%; a menor taxa entre as capitais do país.

O interior do estado contém 60% da população ocupada de Goiás, o que corresponde a 1,9 milhão de pessoas; o interior também contém 71% da população desocupada do estado (282 mil pessoas).

Apenas 19,9% dos trabalhadores por conta própria possuem CNPJ em Goiás

Em Goiás, apenas 173 mil (19,9%) dos trabalhadores por conta própria possuem Cadastro Nacional de pessoa jurídica, enquanto que 699 mil (80,1%) não possuem CNPJ. A maior parte da população ocupada como trabalhador por conta própria está na capital Goiânia com 22,7%, enquanto que no interior apenas 18,8% dos trabalhadores por conta própria possuem CNPJ.

Em contrapartida, 79,7% dos empregadores (pessoa que trabalhava explorando o seu próprio negócio/empresa tendo pelo menos um empregado) possuíam CNPJ em Goiás. Essa taxa é ainda maior em Goiânia que possuía 84,6% dos empregadores com CNPJ, enquanto que no interior apenas 76,9% possuíam o cadastro.

Ao somar os trabalhadores sem carteira assinada (do setor privado e domésticos), empregadores e conta própria sem CNPJ e sem contribuição para a previdência oficial e trabalhadores familiar auxiliar sem remuneração temos 1,2 milhão de pessoas na informalidade no estado de Goiás (37,3%).

Em Goiás, 63,6% dos trabalhadores informais estão no interior, enquanto que 36,4% se encontram na região metropolitana de Goiânia em que apenas 19,6% estão na capital goianiense.

Trabalhador do interior recebe 30,8% a menos que um trabalhador da capital Goiânia

Além da desocupação e da informalidade no interior, os microdados da PNAD Contínua mostram o rendimento médio desses locais no primeiro trimestre do ano. De acordo com a pesquisa, o rendimento mensal dos ocupados no interior equivale a menos da metade do recebido pelos trabalhadores das capitais de oito estados. A média do país é de R$ 2.291.

Em Goiás, enquanto um trabalhador do interior recebia R$ 1.909, um da capital Goiânia ganhava R$ 2.762, uma diferença de R$ 853,00 (que representa 30,8% do salário de um trabalhador da capital goiana).