Tiago Henrique é condenado a mais 25 anos por assassinato no Setor Rodoviário

Esta é a 10ª condenação do vigilante, que ainda será julgado por outros 23 crimes, mais dois estão em fase de inquérito e há outra denúncia contra ele

O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, foi condenado a mais 25 anos de prisão em regime fechado depois de seis horas de julgamento nesta quarta-feira (1º/6) no 1º Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, que foi presidido pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas. Desta vez, a décima sentença contra o criminoso que ficou conhecido como o serial killer goiano aconteceu por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

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As penas de Tiago, desde a primeira condenação, em 16 de fevereiro, já somam 240 anos e 4 meses em regime fechado na Penitenciária Odenir Guimarães, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO).

A vítima do crime julgado nesta quarta-feira (1º/6), Adailton dos Santos Farias, tinha 23 anos e e foi assassinado no dia 31 de julho de 2014. O crime aconteceu na Rua Anchieta, no Setor Rodoviário, em Goiânia. De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), Adailton saiu de casa para encontrar-se com uma amiga.

Os dois teriam conversado rapidamente, quando o jovem saiu. Na rua do crime, a vítima foi abordada por um homem em uma motocicleta. O criminoso anunciou o assalto e mandou que Adailton colocasse as mãos no chão, consta na denúncia do MP-GO. Assim que a vítima colocou as mãos no chão, o autor do crime disparou duas vezes contra o jovem, que morreu no local.

Essa é a 10ª sentença que condena Tiago Henrique, da qual a defesa já anunciou que vai recorrer. O vigilante ainda é réu por outros 23 crimes com decisão de pronúncia, dois em fase de inquérito, uma denúncia e outra que foi arquivada. Desta vez, o vigilante não participou do julgamento.

O promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos representou o MP-GO no julgamento de hoje. Pela defesa de Tiago, esteve no Tribunal o advogado Herick Pereira de Souza. A sentença foi lida por volta das 15 horas desta quarta.

O corpo de jurados, formado por duas mulheres e cinco homens, votou os nove quesitos e reconheceu a materialidade das lesões sofridas pela vítima e “sua consequente letalidade”. Com isso, foi atribuída pelo júri a autoria do crime ao vigilante Tiago Henrique.

O Conselho de Sentença reconheceu que a culpa pelo crime é mesmo de Tiago e compreendeu que a vítima foi escolhida de forma aleatória e que estava desprevenida. O laudo de insanidade mental, que destaca traços de frieza emocional e tendência a manipulação, com personalidade antissocial, foi destacado na sentença.

O motivo que o teria levado a praticar o assassinato, no entendimento do júri, tem como reconhecida a conduta social de Tiago, que costumava embriagar-se e matava para aliviar o sentimento de raiva, segundo laudo apresentado no julgamento.

“Já que o crime causou grande sensação de vulnerabilidade e insegurança na sociedade goiana que conviveu, por vários meses, com a figura de um motoqueiro que cometia homicídios pela cidade”, pontuou o magistrado Mascarenhas. (Com informações do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás)