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O Japão emitiu nesta terça-feira, 18, um alerta de segurança a seus cidadãos na China, recomendando evitar aglomerações e reforçar cuidados pessoais após a escalada diplomática causada pelas declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan. Tóquio afirma que um ataque chinês à ilha que ameace a sobrevivência do Japão poderia gerar resposta militar — posição que provocou forte reação de Pequim e desencadeou a pior crise entre os países em anos.

A China pressionou oficialmente Takaichi a se retratar, mas o governo japonês afirmou não ter intenção de rever suas declarações, reiterando sua posição histórica de defesa da estabilidade na região. Com a repercussão negativa na mídia chinesa e ataques online à premiê, a embaixada japonesa em Pequim orientou seus cidadãos a redobrarem a cautela nas ruas, evitarem andar sozinhos e manterem atenção ao redor.

A crise já tem efeitos econômicos imediatos: a China desaconselhou viagens ao Japão, impactando diretamente o turismo — setor em que os chineses representam quase um quarto dos visitantes. Empresas japonesas também enfrentam tensões por dependerem de insumos chineses, enquanto navios dos dois países aumentam a presença em áreas marítimas disputadas. Para analistas, a falta de recuo de ambos os lados coloca China e Japão em um momento “extremamente delicado” nas relações bilaterais.