Temer vai processar Joesley depois de ser chamado de “líder de organização criminosa”
17 junho 2017 às 16h23

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Em nota, presidente chamou empresário de “bandido notório de maior sucesso na história brasileira” e anunciou ações civil e penal contra ele
O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou, neste sábado (17/6), que irá processar o empresário e dono da JBS, Joesley Batista. A decisão foi tomada depois que ele, em entrevista à revista Época, disse que o peemedebista é o “líder da maior organização criminosa do país”.
Em nota, Temer anunciou que vai entrar com ações civil e penal contra Joesley por “mentiras em série”. Ele também chamou Joesley de “bandido notório de maior sucesso na história brasileira” e disse que o governo irá apurar e responsabiliza-lo pelos crimes que ele teria praticado.
Na entrevista, Joesley diz que mantinha relação institucional com Temer, de “empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolvê-los”. Assim, o presidente e ele não tinham uma “amizade”, mas, segundo o delator, o peemedebista o chamava quando queria uma informação ou um favor.
“Ele diz que o presidente sempre pede algo a ele nas conversas que tiveram. Não é do feitio do presidente tal comportamento mendicante. Quando se encontraram, não se ouve ou se registra nenhum pedido do presidente a ele. E, sim, o contrário. Era Joesley quem queria resolver seus problemas no governo, e pede seguidamente. Não foi atendido antes, muito menos depois”, retrucou o governou.
A organização criminosa a que Joesley se referiu envolveria, além de Temer, o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB) e da Secretaria-Geral da Presidência Moreira Franco (PMDB) e os ex-ministros Geddel Vieira Lima (PMDB) e Henrique Eduardo Alves (PMDB).
“O Temer é o chefe da Orcrim da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles”, acusou Joesley.