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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu desculpas públicas na terça-feira, 7, após a repercussão negativa de uma declaração feita durante uma coletiva de imprensa sobre a crise de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas. O comentário ocorreu na segunda-feira, 6, quando o governador afirmou que só se preocuparia com a situação “no dia em que começassem a falsificar a Coca-Cola”.

Durante o evento, Tarcísio tentou minimizar o tema, dizendo: “Não vou me aventurar aqui nessa área [de bebidas alcoólicas], que não é minha praia, está certo? No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar. Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto.”

A declaração foi dada após uma reunião com representantes do setor de bebidas, que, segundo o governador, têm colaborado com as investigações sobre a origem das bebidas adulteradas.

Com a repercussão negativa, o governador publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo perdão. “Errei. Ontem, ao prestar contas das ações do governo do estado no âmbito da crise do metanol (…), acabei fazendo uma brincadeira para descontrair a coletiva que foi muito mal interpretada e que de fato não cabia naquele momento em face da gravidade do que vem acontecendo. E é por isso que eu peço perdão”, disse.

Veja vídeo:

Tarcísio também reforçou que o comentário não reflete a postura do governo diante da gravidade do caso. “Perdão às famílias que sofrem por terem perdido entes queridos, aos comerciantes que estão vendo os seus negócios sofrerem, aos que dão duro, ao público que quer uma ação firme do estado, que quer segurança. Não tenho compromisso com erro. Nosso compromisso é com as pessoas, é resolver a crise, é dar tranquilidade às famílias.”

O governador encerrou a fala destacando que o arrependimento não apaga o ocorrido, mas serve como aprendizado. “O arrependimento não vai apagar o passado. Mas ensina e vai nos ajudar na construção de um caminho que queremos e estejam certos que nós vamos continuar dando o nosso melhor”, afirmou.

A crise do metanol tem provocado preocupação nacional. Somente em São Paulo, o governo confirmou 18 casos de intoxicação e três mortes até esta terça-feira, 7, de acordo com boletim oficial. Outros 158 casos estão sob investigação e 38 foram descartados.

A terceira vítima, confirmada na terça, é uma mulher de 30 anos, moradora de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. As outras duas mortes ocorreram na capital paulista, dois homens, de 48 e 54 anos.

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