Questionado sobre as motivações que o levou a cometer a série de assassinatos, Tiago Henrique se limitou a dizer que precisa de “tratamento”

Sempre acompanhado de seu advogado, o homem apontado como o serial killer que atuava nas ruas de Goiânia, Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, afirmou nesta sexta-feira (17/10), em entrevista, que quer pagar pelos crimes que cometeu. O suspeito se disse “arrependido” e contou que tinha muito medo de ser pego pela polícia. Questionado sobre as motivações que o levaram a cometer a série de assassinatos, Tiago se limitou a dizer que precisa de tratamento.

Na porta da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), onde o suspeito segue preso, a movimentação foi grande durante todo o dia. Aparentemente tranquilo e sem esboçar reações, o suposto assassino em série foi apresentado à imprensa na tarde de hoje, mas se recusou a falar diante das câmeras.

Em entrevistas individuais, com cada veículo da imprensa, Tiago decidiu se pronunciar em raras ocasiões e na presença de poucos repórteres. Por volta das 15h, o jovem foi recolhido pela polícia para prestar novos depoimentos.

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Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati, comentou sobre as possíveis mortes de homossexuais atribuídas a Tiago. Conforme os depoimentos colhidos, o suspeito matou ao menos dois homens por pensar que as vítimas fossem homossexuais.

O jovem Diego Martins Mendes, de 16 anos, foi a primeira vítima de Tiago. Os dois teriam se conhecido na rodoviária e o suspeito convenceu o rapaz a ir a um matagal fazer sexo, mas, chegando ao local, teria matado o jovem esganado.  Depois de Diego, Tiago matou outros dois homens: um ex-colega de trabalho e um rapaz ainda não identificado, que mais uma vez o assassino supôs que fosse gay e o esganou.

Integrante da força-tarefa criada para investigar os homicídios em série de mulheres na capital, o delegado do município de Ceres, Alexandre Bruno, confirmou que Tiago disse em depoimento que teria sido vítima de abuso sexual aos 11 anos de idade e que também sofreu bullying na escola por ser “alto e magro demais”.

A Polícia Civil deve dar prosseguimento aos interrogatórios neste fim de semana. Na segunda-feira (20), um psicólogo forense irá conversar com o suspeito e traçar um perfil para o suposto assassino em série.

Crimes confirmados

No momento da prisão, que ocorreu nessa terça-feira (14), a polícia encontrou com o suspeito uma arma e uma moto preta utilizadas nos crimes. Na quarta-feira (15), a arma foi analisada pela superintendente da Polícia Técnico-Científica de Goiás, Itatiana Pires, que confirmou, durante coletiva de imprensa nessa quinta-feira, o nome de seis jovens que foram assassinadas “efetivamente” por essa arma: Ana Lídia Gomes, 14 anos; Isadora Cândido, 15; Juliana Dias, 22; Rosirene Alberto, 29; Thaynara da Cruz, 13; Thamara Conceição, de 17.

A série de homicídios de mulheres e a polêmica de um suposto serial killer iniciou no dia 19 de janeiro deste ano com a morte de Beatriz Oliveira, de 23 anos, no Setor Nova Suíça. Nos últimos meses, os crimes ganharam repercussão da mídia nacional e internacional e foram descritos como feminicídio.