Suposto assassino em série de Rio Verde é condenado a 41 anos de prisão por morte de jovem que seguia para o trabalho
11 dezembro 2025 às 10h08

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O pintor Rildo Soares, suposto assassino em série que atuava em Goiás e na Bahia, foi condenado a 41 anos de prisão por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, estupro e roubo qualificado contra Elisângela da Silva Souza, de 26 anos. Ela foi estuprada e morta no momento em que ia ao trabalho. Além disso, o júri determinou uma indenização mínima por danos morais de R$ 100 mil por dados morais. A pena deve ser cumprida em regime fechado.
A sentença foi assinada pelo juiz Cláudio Roberto Costa dos Santos Silva. O magistrado entendeu que o a conduta de Rildo revelou “dolo intenso e especial desprezo pela dignidade e pela vida” da vítima. Segundo o júri, a morte ocorreu em um “contexto de vitimização sucessiva, após Elisângela ser abordada, constrangida mediante arma branca, conduzida contra a sua vontade e submetida a violência sexual e à subtração de bens”.
Outro ponto que pesou na condenação de Rildo para o Tribunal de Júri foi A existência de outras ações penais em trâmite relacionadas, em tese, a crimes dolosos contra a vida com modus operandi semelhante.
O advogado de Rildo, Nylson schmidt, afirmou que recebeu a decisão “com respeito e normalidade”, mas afirmou que, na sua visão, a condenação por condenação por ocultação de cadáver ocorreu “sem provas suficientes”.
“Terminamos a primeira etapa do primeiro júri e temos mais dois júris: na segunda e na terça. Foi dada a resposta à sociedade, não irei recorrer e, agora, vamos fazer a sua defesa técnica, sempre baseado em provas no processo, no direito do acusado, sem passar por cima dos princípios éticos, profissionais e o que a Constituição nos permite”, afirmou.
Relembre o caso
Elisângela foi morta na madrugada do dia 11 de setembro, quando saía para trabalhar. Imagens de câmeras de segurança registraram a jovem acompanhada de Rildo em direção a um terreno baldio no bairro Popular. No dia seguinte, a família registrou ocorrência de desaparecimento e iniciou buscas por conta própria.
Natural da Bahia e atuando como pintor, Rildo é investigado por pelo menos seis ocorrências violentas: três feminicídios, um latrocínio e o desaparecimento de duas mulheres. Em todos os casos, os crimes ocorreram de madrugada, em terrenos baldios. Após estarem sob o jugo de Rildo, as vítimas eram mortas a pauladas, principalmente na cabeça.
Segundo as investigações, as vítimas eram enterradas sobre escombros e pedras. Em um dos casos ele também ateou fogo no cadáver das vítimas. Na residência dele, os policiais apreenderam bolsas femininas, roupas, celulares e até bonecas. Para os investigadores, esses objetos podem ser “troféus” de outros crimes ainda não identificados.
No crime de Elisângela, Rildo confessou o assassinato e detalhou a dinâmica do crime. Segundo a polícia, ele teria arrastado a vítima para uma área de mata, praticado violência sexual, desferido pauladas e esganadura, antes de ocultar o corpo em uma cova rasa. Além de Elisângela, o suspeito é apontado como responsável pelas mortes de Alexânia Hermógenes Carneiro, de 40 anos, e Monara Pires Gouveia, de 31 anos, ambas também encontradas em terrenos baldios de Rio Verde.
A polícia também investiga o desaparecimento de duas mulheres: uma de 38 anos, usuária de drogas, vista pela última vez em 12 de setembro, e outra de 42 anos, com transtornos mentais, desaparecida desde maio. A bolsa de uma delas foi encontrada na residência do suspeito, o que reforça as suspeitas de envolvimento.
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