Uma operação conjunta da Equatorial Goiás, da Polícia Civil e da Polícia Científica flagrou, nesta terça-feira, 30, um esquema de furto de energia em um supermercado de grande porte no Parque Atheneu, em Goiânia. O responsável pelo estabelecimento foi preso em flagrante e vai responder por receptação e estelionato (furto de energia), segundo a polícia. Os prejuízos causados pela fraude estão sendo calculados e serão cobrados conforme prevê a legislação.

Durante a ação, técnicos constataram que o medidor de energia havia sido queimado para impedir o registro correto do consumo. A intervenção irregular tornou impossível apurar o consumo real, caracterizando fraude na medição.

O delegado Humberto Teófilo, que participou da operação, detalhou a investigação. “Acabamos de prender em flagrante o dono do supermercado Parque Atheneu pelo crime de estelionato de energia elétrica. Era para ele pagar aproximadamente R$ 22 mil por mês e estava pagando R$ 3 mil porque queimou o medidor. Ele usou maçarico, queimou o que medidor; a energia não estava sendo medida, configurando o artigo 171 do Código Penal”.

O delegado acrescentou que a prática representa concorrência desleal e impacto direto no consumidor. “Enquanto vários supermercados estão pagando a energia e seguindo a vida certinho, o outro vem e não paga a energia de forma correta. Quando solta umas promoções, você passa e acha maravilhoso. Maravilhoso não. Esse tombo que ele está dando aqui de energia vai ser repassado para você, consumidor”.

A Equatorial Goiás informou que mantém fiscalizações contínuas para coibir irregularidades e reforçar a segurança da rede elétrica. Desde o início da concessão, já foram realizadas 652 operações, com 382 prisões — sendo 251 operações e 127 prisões somente em 2025. A distribuidora destacou que fraudes como essa causam prejuízos ao sistema e colocam vidas em risco, por provocarem sobrecargas, curtos-circuitos, incêndios e choques elétricos.

Punições mais severas

A prática passou a ter punições mais rígidas com a Lei nº 15.181/2025. Entre as mudanças:

  • Furto qualificado de materiais usados em serviços essenciais: pena de 2 a 8 anos de reclusão e multa.
  • Roubo que comprometa serviços públicos essenciais: 6 a 12 anos de reclusão e multa.
  • Receptação simples: pena de até 4 anos de reclusão e multa.
  • Receptação qualificada de bens ligados a serviços essenciais: pena de até 8 anos, podendo dobrar em hipóteses agravantes.

A Equatorial Goiás reforça que denúncias podem ser feitas de forma anônima pela Central de Atendimento 0800 062 0196.

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