Substituição de Maguito Vilela não é uma opção “politicamente viável”, diz cientista político
28 outubro 2020 às 10h51

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Especialista acredita que, na verdade, seu afastamento devido o grau de comprometimento da Covid-19 poderia resultar no que chamou de “dividendos eleitorais importantes”

A partir da piora do quadro clínico do candidato a prefeitura de Goiânia pelo MDB, Maguito Vilela, nos bastidores da política goianiense muitos comentam sobre a possibilidade de renúncia do candidato.
Na última terça, 27, o emedebista foi transferido do Hospital Órion, em Goiânia, para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo para dar continuidade ao tratamento contra o coronavírus.
No entanto, apesar dos rumores de que o candidato pode se afastar e dar espaço para um novo nome na disputa, essa poderia não ser a melhor opção a esta altura do campeonato.
“Antes dele chegar ao estágio crítico em que se encontra, a ‘casa’ já ficou bem arrumada. Os papeis e atribuições foram divididos e retroceder neste momento poderia custar mais caro eleitoralmente falando. Vejo que esta não é uma opção politicamente viável”, diz o cientista político, Guilherme Carvalho.
Na verdade, o especialista acredita que seu afastamento devido o grau de comprometimento com a doença poderia, inclusive, render o que chamou de “dividendos eleitorais importantes”, a exemplo do que aconteceu na campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, pós-facada.
“Claro que por trás das ações, existem motivos solidários. Mas sabemos que também existe um cálculo político incumbido. Os estrategistas já estão sabendo se utilizar desse momento, no entanto, ainda é preciso ganhar mais abrangência para fazer com que o tempo em que o Maguito está fora das ruas possa ser convertido em uma estratégia vencedora”, pontuou o cientista.
Advogados consultados pela reportagem disseram que, em caso de renúncia por parte do candidato, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) permite a substituição da candidatura sem nenhum prejuízo, especialmente diante do cenário pandêmico e atípico enfrentado neste momento.
O único critério, segundo os juristas, é que o novo nome escolhido deve estar em condições de elegibilidade. “Ou seja, não poderá haver contra aquele nome nenhuma causa de ilegibilidade perante à Justiça. O escolhido deve preencher todas as condições necessárias para que possa concorrer no lugar de Maguito”, afirmou um dos advogados consultados.
O pedido, segundo eles, é rápido. Já o julgamento costuma levar um prazo aproximado de 10 dias. No entanto, o período em que o processo leva para ser julgado não impede o novo nome de participar do processo eleitoral já como o novo escolhido.