Sobre Bolsonaro, Caiado cita Winston Churchill e adota tom ameno

28 outubro 2024 às 13h36

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Em entrevista ao UOL nesta segunda-feira, 28, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) comentou o cenário político nacional e a atuação do ex-presidente Jair Bolsonaro, adotando um tom crítico, porém cauteloso. Quando questionado pela jornalista Fabíola Cidral sobre a influência de Bolsonaro após as eleições de 2024, Caiado recorreu a uma célebre citação de Winston Churchill: “Na guerra, a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política, diversas vezes.”
Com a frase de Churchill, Caiado destacou a natureza cíclica da política, sugerindo que, embora a influência de Bolsonaro tenha sido abalada, o ex-presidente ainda poderia se reerguer – desde que adote uma postura de maior respeito em relação às lideranças estaduais e valorize o diálogo. “Ele precisa respeitar as lideranças estabelecidas e parar com a postura de terceirizar candidatos,” reforçou Caiado, em referência às escolhas feitas por Bolsonaro para as eleições municipais e estaduais, frequentemente sem consulta aos líderes locais.
O governador também foi enfático ao sugerir que Bolsonaro reveja sua abordagem, classificando algumas das atitudes do ex-presidente como “deselegantes e desrespeitosas.” Para Caiado, uma mudança de postura é essencial se o ex-presidente deseja manter relevância no cenário político. “Ele precisa acordar,” declarou, sugerindo que Bolsonaro se aproxime das lideranças locais e estaduais para fortalecer alianças em vez de minar potenciais apoios com uma postura centralizadora.
Sem se envolver em trocas de ataques, Caiado manteve a firmeza ao defender sua trajetória de independência nas eleições: “Entrei na eleição e ganhei,” afirmou, deixando claro que não dependeu de alianças vindas de cima para consolidar sua posição. A entrevista marcou um momento de distanciamento do governador em relação ao ex-presidente, ao mesmo tempo em que reforçou a importância de uma liderança mais colaborativa e diplomática dentro do campo da direita em Goiás e no Brasil.
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