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Documento pede que pasta da Prefeitura de Goiânia seja responsabilizada por falta de médicos pediatras no Cais de Campinas, entre outros

Presidente do Sindigoiânia, Ronaldo Gonzaga | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Goiânia (SindiGoiânia), Ronaldo Gonzaga, disse ao Jornal Opção que a associação entrou com uma representação no Ministério Público de Goiás (MP-GO) e no Ministério Público Federal (MPF) contra a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, listando uma série de negligências com a área na Capital.

“Queremos que os órgãos responsáveis tomem providências em relação à situação da Saúde em Goiânia, principalmente, com o Cais de Campinas, onde faltam médicos pediatras, mas, ainda assim, a secretária diz que está tudo bem”, disse. Segundo ele, nesta sexta-feira, 29, inclusive, recebeu denúncias sobre falta de material de coleta no Cais Guanabara.

Ainda segundo relato de Gonzaga, a criança que faleceu no Hospital Materno Infantil (HMI) na noite de quinta-feira, 28, teria sido atendida no Cais de Campinas uma semana antes do ocorrido. “Isso prova que não está tudo bem e, de maneira alguma, isso é culpa do servidor, que se esforça em fazer um trabalho de excelência, a culpa é da administração municipal”, protestou.

Gonzaga ainda desferiu críticas à gestão da secretária Municipal de Saúde, Fátima Mrué. “Não é de hoje que ela mostra total incompetência para exercer esse cargo, ela não dá conta, e eu sei que é um cargo de grande proporção, mas, ainda assim, o prefeito Iris Rezende insiste em mantê-la, é uma pasta pesada que precisa de alguém com competência”, disse.

O presidente também reconhece a falta de médicos nas unidades municipais de Saúde. “Não tem porque a prefeitura não contrata, chegam pessoas doentes e debilitadas e tudo acaba sobrecaindo sobre o pessoal do administrativo, porque faltam médicos, além de que os que tem recebem muito mal”, acrescentou.

No documento em que pedem a representação judicial da pasta, o sindicato destaca falta de pediatras no Cais de Campinas, que é de emergência e urgência infantil; falta de profissionais nas unidades de Saúde, mas principalmente na UPA Curitiba; falta de materiais para tratamentos ou curativos; demora na marcação de exames; demora no encaminhamento de pacientes para especialistas.

Além disso, o sindicato também denuncia: falha na relação da rede pública com a particular conveniada para realização de cirurgias eletivas e de urgência; falta de cursos de capacitação para os administrativos; transportes de roupas sujas de sangue, urina e fezes em carros pequenos à lavanderia; falta de segurança nas unidades de saúde e sucateamento de ambulâncias do Samu.

Sobre o último ponto, a associação acusa que há apenas 12 unidades funcionando, incluindo as Unidades de Suporte Avançado (USA). Segundo eles, deveriam ter um total de 17 unidades para o atendimento diário à população.

A Secretaria Municipal de Saúde disse, em resposta à reportagem, que ainda não recebeu nenhuma notificação sobre essa representação nem do MP-GO nem do MPF. Sobre o paciente que faleceu no Hospital Materno Infantil na noite de quinta-feira, 28, a SMS disse que ele foi atendido, sim, no Cais de Campinas, quando se constatou normalidade no exame sanguíneo e ele foi medicado de acordo com os sintomas apresentados. Confira nota na íntegra:


A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informa que não recebeu  notificação de nenhum dos órgãos citados. Em relação ao  Diogo Soares Carlo Carmo, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia informa que o paciente foi atendido no Cais Campinas na última segunda-feira, 25 de março, com queixas de alergia e febre naquele dia. O exame de sangue estava normal. Ele recebeu atendimento e foi  medicado de acordo com o quadro clínico que se apresentou no momento.