Sete distribuidoras de bebidas em Goiânia são autuadas por sonegação de impostos

17 outubro 2025 às 08h52

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Sete distribuidoras de bebidas de Goiânia foram autuadas por suspeita de sonegação de impostos durante a Operação Gatsby, deflagrada na quinta-feira, 16, pela Polícia Civil de Goiás (PCGO), em parceria com a Secretaria da Economia e o Batalhão Fazendário. A ação, que fiscalizou nove estabelecimentos, identificou irregularidades, principalmente relacionadas ao uso de máquinas de cartão registradas em nome de terceiros para fraudar o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A operação contou com a participação de cerca de 80 agentes públicos, entre policiais civis, auditores fiscais e militares. O objetivo principal foi combater esquemas de evasão fiscal e lavagem de dinheiro no comércio de bebidas alcoólicas, um dos setores com maior incidência de sonegação no estado.
Segundo o balanço preliminar, pelo menos sete das nove empresas vistoriadas apresentavam indícios de irregularidades fiscais, o que resultou em autuações e apreensões de documentos e equipamentos.
De acordo com a investigação, uma das distribuidoras movimentou R$ 10 milhões em transações nos últimos meses, mas nenhuma das compras foi registrada em uma maquininha vinculada ao CNPJ da empresa. As vendas eram processadas por meio de máquinas pertencentes a outros CNPJs e até mesmo a CPFs de terceiros, com o intuito de mascarar o faturamento real e evitar o recolhimento de tributos estaduais.
O delegado Ricardo Lucena, responsável pela operação, explicou que o esquema foi descoberto a partir de cruzamentos de dados fornecidos pelas operadoras de cartões. “Nisso a gente observou que algumas empresas de varejo de bebidas alcoólicas tinham máquinas de cartões registradas no CPFs dos sócios”, afirmou. Ele acrescentou que, ao analisar os relatórios, a equipe notou movimentações financeiras expressivas que não correspondiam às declarações fiscais.
Segundo Lucena, essa estratégia é usada para ocultar receitas e reduzir artificialmente os valores declarados ao Fisco, configurando crime contra a ordem tributária. “A gente buscou esses valores e viu que era um valor significante e com isso fizemos essas fiscalizações em nove locais em Goiânia”, completou o delegado.
Os investigados poderão responder por crimes tributários e deverão recolher os valores sonegados acrescidos de multa.
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