Uma servidora pública municipal é investigada por desviar R$ 425 mil em verbas públicas e parte do dinheiro foi usado para pagar serviços de bruxaria, segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO). Ao todo, três pessoas foram presas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e no estado de Alagoas. Helenice Evangelista de Souza é efetiva há mais de 10 anos na Prefeitura de Goiânia, e ocupava o cargo de gerente de Execução Financeira na Diretoria do Tesouro da Secretaria Municipal da Fazenda. Os nomes dos outros dois presos ainda não foram divulgados.

Ao Jornal Opção, o advogado de defesa, Roberto Rodrigues, informou que ainda está se inteirando do caso para entender as medidas judiciais cabíveis e se pronunciar. Ele ainda disse que Helenice está muito abalada e que vai usar o direito de ficar em silêncio. Os nomes dos investigados não foram divulgados pela polícia, por isso, a reportagem não conseguiu localizar a defesa dos outros suspeitos.

Somente este ano, foram realizados 14 pagamentos fraudulentos. Além dos serviços de bruxaria, também foram pagos boletos de uma associação esportiva de Goiás e de uma farmácia registrada no nome da cunhada de Helenice. O valor destinado a cada beneficiário não foi explicitado pela Polícia Civil (PC).

O delegado do caso, Leonardo Dias, disse ao Jornal Opção que a polícia investiga quatro pessoas. Um deles não foi preso porque já tinha feito contratos anteriores com a prefeitura, então, a transação segue em apuração, assim como a possível participação de outras pessoas. Todos os investigados responderão por peculato e associação criminosa e a pena máxima pode chegar a 15 anos.

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas casas dos investigados. Não houve mandado para a Prefeitura de Goiânia. Com a Operação, foram bloqueados valores nas contas correntes de todos os investigados, das empresas envolvidas e foi apreendido o veículo de propriedade da servidora pública, segundo o delegado.

Investigação

As inconsistências contábeis nas contas da Prefeitura de Goiânia foram identificadas pela Controladoria Geral do Município. Esse levantamento interno foi encaminhado para a Polícia Civil, que prosseguiu com as investigações. “Nós conseguimos identificar 14 operações financeiras, todas elas originadas a partir de inserções de dados falsos no sistema da prefeitura, o que permitiu esse desvio”, explicou o delegado.

Operação Ritual do Desvio

A Operação Ritual do Desvio investiga o repasse ilegal de R$ 425 mil de verba pública feitos por uma servidora da Prefeitura de Goiânia. Apenas este ano, ela realizou 14 pagamentos fraudulentos. Os pagamentos foram feitos diretamente aos beneficiários, segundo a polícia, partindo da conta da prefeitura. Receberam os valores uma mulher que presta serviços de bruxaria, uma associação esportiva e uma farmácia registrada no nome da cunhada da investigada. A servidora também teria realizado pagamentos de faturas de cartões de crédito em que ela era a titular, informou a polícia.

O que diz a Secretaria Municipal da Fazenda

A atual gestão da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) esclarece que, assim que identificou irregularidades no uso de verbas públicas, afastou a servidora envolvida e encaminhou à Controladoria-Geral do Município (CGM) todos os elementos e indícios apurados.

Diante das irregularidades constatadas, a CGM e a Procuradoria-Geral do Município repassaram as informações à Polícia Civil, para que o órgão desse andamento à investigação, que resultou na operação deflagrada na manhã desta terça-feira (5/8).

A atual gestão da Prefeitura de Goiânia reforça seu compromisso com a transparência e o bem público, e segue à disposição para colaborar com as investigações.

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